sábado, 31 de outubro de 2009

Pão por Deus

No próximo domingo é o dia de Todos os Santos, dia escolhido para as famílias irem aos cemitérios visitarem os seus mortos.
Incomoda-me este ritual de que não sou praticante, mas para ser simpática com familiares  por vezes alinho.
É um local perturbador pois o facto de sabermos que ali estão os restos mortais dos nossos entes queridos, faz-nos perpetuar o sofrimento, e revivemos o desgosto todas as vezes que temos de lá ir.
É nesta altura também em que em muitas aldeias se festeja o Pão por Deus. As crianças munidas de sacos vão batendo de porta em porta pedindo o Pão por Deus e recebem guloseimas, fruta, bolos e dinheiro.
São costumes muito antigos, ligados à miséria e fome que existia e que  tornaram-se numa Festa anual.

Aproveito para deixar aqui a receita do Pão por Deus, muito agradável de massa fofa e tão tradicional, que encontramos nas pastelarias durante o ano inteiro.

PÃO DE DEUS




INGREDIENTES
30gr de fermento de padeiro
1dl de água tépida
400gr de farinha
sumo e raspa de 1 laranja
4- gemas
125gr de açúcar
50gr de passas sultanas
1- clara
1c.(sopa) de açúcar
ovo batido para pincelar
30gr de coco ralado
farinha para polvilhar
Açúcar em pó para polvilhar


PREPARAÇÃO
1- Dissolva o fermento na água tépida. Num alguidar, coloque a farinha e abra-lhe uma cavidade ao meio; deite aí o fermento dissolvido, o sumo e a raspa da laranja, as gemas e o açúcar. Amasse tudo e junte mais um pouco de água, se necessário.
2- Bata bem a massa até se descolar do alguidar; e misture-lhe depois as passas. Faça com ela uma bola, polvilhe-a com farinha e deixe-a levedar até duplicar o volume.
3- Depois, amasse-a mais um pouco, forme uma bola, disponha-a sobre um tabuleiro e deixe-a novamente levedar, até quase duplicar de volume. Pincele-a com ovo batido.
4- Entretanto, misture a clara com a colher (sopa) de açúcar e o coco ralado e espalhe sobre a massa. Leve-a ao forno a 170ºc, durante 45 minutos. Verifique se a massa está cozida, retire e polvilhe com açúcar em pó.
tempo de preparação: 60 minutos + tempo de levedar
para: 5 pessoas


quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Fado Alexandrino

Livro de António Lobo Antunes
(trancrevo uma página deste livro, que me deu imenso prazer ter lido)


O táxi imobilizou-se sem desligar o motor, enquanto o chofer desembrulhava um rebuçado para a tosse numa trovoada de papel, as pessoas abriram em silêncio uma espécie de alas até à porta da casa, as viúvas calaram-se por momentos fixando-o com o agudo verniz de pássaro dos olhinhos, o senhor do suor, de risca do cabelo na orelha, tirou respeitosamente o chapéu, e o tio surgiu no vestíbulo, com um casaco de gola levantada sobre a camisola interior, a abotoar a breguilha das calças em equilíbrio sobre os chinelos de verão.
- Vimo-nos gregos para a enfiar no automóvel , contou o soldado a abrir e a fechar a caixa de fósforos num meio sorriso gasoso: o meu capitão não calcula o peso que aquela velha tinha. E depois sobrava constantemente um braço, ou uma perna, ou uma cabeça, foi um sarilho de todo o tamanho para a entornarmos no assento: se os gajos dos refrigerantes não colaborassem ainda a esta hora lá estávamos.
Mas coube de facto a família inteira, ele e a Odete atrás com a doente, a molhar-lhe a nuca com um pano húmido, e o dono das mudanças Ilídio à frente, de suspensórios caídos ao longo das calças bambas, junto ao chofer que arrancou de um pulo, quase atropelando o rapaz da taberna que comentava minuciosamente a infelicidade para dois soldados estupefactos. Virou-se e distinguiu pelo vidro o beco que se desvanecia no escuro, enquanto o garoto, postado no meio da calçada, ultrajado, lhe enviava a duas mãos caralhadas frenéticas.
- Está viva?, perguntou, inquieto, o chofer de táxi ao tio, a tocar por precaução na figa de chifre do espelho. É que se não está perco um tempo do caneco no hospital, a dar o nome, a mostrar os papéis do carro, a sacudir-lhes o alvará no nariz, a aturar o polícia da entrada.
A Dona Isaura, atravessada em cima de nós, assobiava como uma vaca em coma, e estrebuchava de quando em quando furando-me os ossos da barriga com a aresta aguda do cotovelo. A Odete, comprimida entre a mãe e a porta, escoceava uma nádega gigantesca para lograr respirar, e a cabeça grisalha da enferma oscilava como um chinês de porcelana rente ao tapete do táxi.
- Viva?, exclamou o tio com um murro de protesto no  peito, que lhe provocou de imediato um acesso de tosse. A gente só a leva ao hospital de carro a analisar o chichi, percebe?, é uma mania aqui do bairro que nós temos.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Amor distante

A distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga o pequeno, inflama o grande.
Roger Bussy-Rabutin
 
Gostaria de pensar que assim é, mas gradualmente os sentimentos vão morrendo e o coração vai secando a cada dia de separação.

Podemos falar ao telefone, enviar mails e ver-nos 2 vezes por ano, mas após quase 3 anos de vidas separadas em continentes e culturas diferentes, começamos a parecer dois estranhos sem sinal de cumplicidade.
Se antes eu dava a minha vida sem hesitações, hoje hesitaria.





terça-feira, 27 de outubro de 2009

Há dias assim...

Por mais bem disposta que eu possa estar ao acordar, que o dia me pareça especialmente maravilhoso, que todo o meu ser agradeça aos céus por estar vivo e funcional, existe sempre alguém que consegue deitar por terra toda a minha felicidade e boa disposição.
Esse alguém é o meu patrão!
Relativamente a diversos comportamentos tipo, li um texto sobre as "8 personalidades tóxicas a evitar" (texto em inglês). 
Cheguei à conclusão que o meu patrão tem a personalidade chamada: Dream Killing Keiths (Matança de ideais) Sempre que tens uma ideia, essas pessoas dizem-te o porquê de não a conseguires. Se concretizas essa ideia, elas tratam de te rebaixar. Se tens ideias, eles são os primeiros a dizer-te que é impossível concretizá-las.

Quando chega a hora do almoço, a minha cabeça não é senão uma chaleira a apitar por ter os miolos a ferver.
O que me vale é a voltinha salutar que dou depois pelos jardins,  onde posso desfrutar as belas plantinhas e ouvir os melros e os pardais.










segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Animais de companhia

Há uns anos trouxeram-me de Ponte de Lima uma cadela ainda cachorrinho, minúscula, preta e arraçada de pincher.
Como não encontrava um nome original para lhe dar e  por coincidência estava a dar um filme na TV em que uma fulana russa tinha um cão e como não lhe arranjava nome chamava-o de "cachorro", isto em russo, eu e o meu grande e desaparecido amigo João resolvemos dar-lhe o nome de Sabatska, era assim que, escrito à nossa moda, soava esta palavra russa que quer dizer cachorro.
Esta cadela era de uma inteligência que nem vos conto.
Foi a primeira vez que tive um animal de estimação e digo-vos que não é pêra doce.
Quando chegavam as férias não havia quem quisesse ficar com a Sabatska. 
Praticamente a minha vida corria em função do animal, porque não podia estar ausente de casa durante muito tempo, entre outros pormenores.
Fiz alguns sacrifícios, mas como estimava imensamente aquela cadelinha acabava por esquecê-los de imediato.
Gastei imenso dinheiro em veterinários, pelos quistos e tumores que lhe apareceram já quando velhinha. Por fim e a conselho do  veterinário, acabei por concordar que seria melhor ela ser abatida, para acabar com o seu sofrimento. 
Foi muito doloroso, pois afeiçoamo-nos a estes animais que em tantas ocasiões  mostram-nos o seu afecto e contentamento, como quando chegamos a casa depois do trabalho.
Depois desta desgostosa experiência , recuso e acho que não vou ter outro cão na minha vida.
A Sabatska que viveu 13 anos
 

É muito importante que, as pessoas que querem ter animais, pensem bem e façam muitas perguntas a outras que já os têm, para terem noção dos sacrifícios por que têm de passar, para depois não se arrependerem.

Encontrei este pequeno filme que sensibiliza qualquer um. Tem por tema o abandono dos animais pelos motivos mais egoístas.




Lágrimas ocultas

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

                             Florbela Espanca

domingo, 25 de outubro de 2009

Fim de semana no No Cau

Mais um fim de semana passado na Junqueira-Alcobaça. 
Não houve muito que fazer a não ser arrancar umas ervinhas lá no jardim. Ainda fui a uma estufa de plantas mas não havia nada de especial.
Tirei algumas fotos para comprovar que aquela terra é mesmo linda, aliás todo o Portugal é lindo.

Serra dos Candeeiros, ao longe, sem vegetação mas maravilhosa na mesma.

Paisagem da minha janela
 

Paisagem da cozinha


Na minha rua existem pessoas de 5 nacionalidades. Um casal britânico, outro casal ela belga e ele holandês e no meu caso eu portuguesa e o meu homem guineense.
A cidade de Alcobaça é muito procurada por estrangeiros, principalmente holandeses e alemães. Após a reforma fixam-se por lá e investem numa terra que não é a sua.
Dou-vos o exemplo de um condomínio construído por um holandês, cujas vivendas podem ser alugadas à semana. Durante este verão, muitas famílias estrangeiras passaram por lá.
Até têm um portal publicitário para quem estiver interessado - ver aqui.



Regresso a Lisboa pela A8



chegada à Praça Marquês de Pombal
(às moscas, tomara que assim fosse durante a semana)
 

Túnel do Marquês
 

Torres das Amoreiras
 

Avenida Torre de Belém
Das mais bonitas avenidas principalmente quando as árvores de Jacarandá estão em flôr

Entretanto, cheguei a casa de minha mãe. Deixei-lhe um saco de batatas que comprei directamente a um produtor, que não consegue vender a sua produção de batatas de muito boa qualidade. São óptimas, branquinhas por dentro, inteiras e sem podres, mas cá preferimos importar a batata que vem não sei de onde.
Comprei também 6 Kg de marmelos a 0,60€ quando em Lisboa vendem-nos a 0,97€.
Nesta altura do ano apetece fazer doces e marmelada, para se ir comendo nos dias frios de inverno.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O Endireita


Com as más posturas que adopto, quando me sento lá no trabalho, ando cheia de dores na coluna.
Estas dores já não me apareciam há anos. 
Parece que o efeito do"tratamento" a que fui sujeita por um endireita está a desaparecer.

Sim! Um endireita!  
Mas eu conto.

Durante anos, sofri imenso pela minha ligeira mal formação na coluna vertebral apelidada de sacralização das vértebras L4 e L5 ou seja fusão das vértebras lombares com o sacro.
Em criança recordo quase não me poder mexer, com dores na zona dos rins que me imobilizavam durante dias, não podendo sequer mover os pés, e assim tinha de ficar quietinha e deitada na cama de barriga para cima.
Era uma autêntica tortura eu nesse estado a ouvir os meus irmãos na brincadeira com os amigos, lá fora no quintal.
Como sofria muito, uma ocasião falaram aos meus pais, que não aceitavam de forma alguma estas práticas terapéuticas populares, tema tabu em que só as pessoas ignorantes faziam uso e porque ao fazê-lo naquela altura estávam a entrar num território desconhecido pois ignorávam o seu resultado, sobre um endireita alentejano de Estremoz massagista reformado, que fazia milagres curativos a quem sofresse de males da coluna.
Como anualmente eu tinha estas crises e não havia ortopedista que me tratasse, resolveram levar-me ao tratamento do Sr. Pinto.
Este tratamento não foi senão um puxão violento das pernas feito pelo Sr. Pinto enquanto o seu genro me segurava o corpo abraçando-me por trás.
O que é certo é que funcionou e até agora nunca mais tive aquelas dores horríveis.
O resultado foi que a minha coluna que era um “S” foi endireitada pelo Sr. Pinto e ainda cresci 1,5 cm.
O espantoso foi que esse senhor sem acesso a qualquer radiografia, unicamente pela palpação ao longo da coluna e com o seu jeito peculiar de falar, confirmou o mal que eu padecia.
Quando chegámos de madrugada à casa do Sr. Pinto endireita, admirámo-nos pela quantidade de pessoas que já aguardavam pela sua consulta.
Eram pessoas de todos os extractos sociais, a quem o Sr. Pinto cobrava a consulta conforme os sinais exteriores de riqueza dos seus pacientes.
Era um homem imensamente rico a juntar ao seu dom natural e muitas vezes era requisitado para ir ao estrangeiro.

Agora estava a precisar de lá ir, outra vez.
Mas já deve ter morrido, foi há tantos anos e ele já era velhote.
Haverá mais Srs. Pintos por aí?

Tem piada, encontrei imensos anúncios de endireitas, este é um deles. 


ENDIREITA MANIPULADOR MUSCULAR RUI PEREIRA TLF 912133015
Saúde - Beleza - Monte Real - Novembro 20
RECUPERA LESÕES DESPORTIVAS ESPECIALISTA EM COLUNA VERTERBRAL CIATICA, HERNIAS, NEVRALGIAS,ARTISTES TENDINITES, TORCICOLOS, ENTORSES DISTENSÕES, CONTRACTUR...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Rotina

Hoje, o meu patrão despachou mais uma empresa do grupo.
Serão dispensados 8 funcionários.
Mantêm-se duas empresas, até ver.
Uma delas trata da certificação energética de edifícios assim como certificação da qualidade em empresas. O negócio da segunda, com parcerias, é o da construção de edifícios.
Hoje pensei que ele fosse falar comigo, mas parece que ainda não é desta que fico sem trabalho.
Tem de haver alguém que trate da burocracia relativa à dissolução da empresa etc.

Entretanto, os dias passam, repetitivos...

Casa ... trabalho


Trabalho ... Casa


terça-feira, 20 de outubro de 2009

Ausência

Sofro de não te Ver   
 
Sofro
de não te ver,  
de perder
os teus gestos
leves, lestos,
a tua fala
que o sorriso embala,
a tua alma
límpida, tão calma...

Sofro
de te perder,
durante dias que parecem meses,
durante meses que parecem anos...

Quem vem regar o meu jardim de enganos,
tratar das árvores de tenrinhos ramos?

Saúl Dias


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Amália

Fui ver a exposição sobre a Amália Rodrigues, no Museu da Electricidade.

Não levem a mal o que vou relatar mas, ao entrar, experimentei a sensação exactamente igual à que me invade quando vou visitar a campa do meu pai ao cemitério.

Não sei explicar, mas o facto de mirar objectos pessoais, neste caso jóias, e vestidos que uma pessoa usou e que já morreu, é algo tétrico e que me aflige.

Na mesma tive esta sensação, na exposição sobre a Maria Callas.
Eram muitos mais os objectos pessoais expostos e lembro uma carta sua aos empregados, com ordens explícitas em como deveriam tratar o seu marido, e patrão, quando ela viajou em digressão para um país qualquer.
Recordo entre inúmeras ordens, uma delas: Tratar e atender o senhor Meneghini com toda a cordialidade e respeito. Era mais ou  menos assim.


Talvez por serem pessoas contemporâneas cujas mortes foram relativamente recentes, sei lá a razão de sentir isto.

Quanto ao fado, sinceramente, não apareceu ainda nenhuma fadista que chegue aos calcanhares da Amália. 
Dentro de outro estilo quem mais aprecio é a Ana Moura, pela sua voz rouca que dá muita sensualidade ao fado.

Quanto à Marisa, considero um bluff total, com uma máquina brutal de marketing a apoiá-la. A sua voz é de cantadeira de revista.
Depois de muitas aulas de canto, ganhou uma voz potente e sem sentimento.  Tem uma voz estilo Celine Dion, quanto mais se ouve mais de detesta. 
Sorry, é a minha opinião.

Um fado da nossa Amália

Por trás do espelho quem está
De olhos fixados nos meus?
Alguém que passou por cá
E seguiu ao deus-dará
Deixando os olhos nos meus.
Quem dorme na minha cama,
E tenta sonhar meus sonhos?
Alguém morreu nesta cama,
E lá de longe me chama
Misturada nos meus sonhos.
Tudo o que faço ou não faço,
Outros fizeram assim
Daí este meu cansaço
De sentir que quanto faço
Não é feito só por mim.

domingo, 18 de outubro de 2009

Os meus pratos Africanos

Adoro a culinária africana, pelo seu sabor a limão e pelo picante, que põem as minhas papilas gustativas ao rubro.

Nestas 2 receitas bem gostosas que aqui indico, prefiro as confeccionadas com o toque da Guiné-Bissau.

São fáceis de fazer e não há nada como variar. Toca a experimentar!

Quando viajo, uma coisa que adoro pela surpresa que dá, é pedir nos restaurantes um prato ao calhas e esperar para ver o que lá vem.
Só uma vez fiquei aflita, foi na China, pois o prato não era mais que uma sopa de carne ultra picante. Ainda hoje penso como consegui comer aquilo. Gostava de me ter fotografado, devia parecer um tomate.
 CALDO DE MANCARRA

Ingredientes:
1 frango
1 cebola grande
1 lata 250g de pasta de mancarra (amendoim) há quem utilize manteiga de amendoim mas não fica tão gostoso. Compra-se nos chineses que vendem produtos alimentícios africanos.
2 limões
3 tomates maduros
quiabos
sal e piripiri q.b.;

Preparação:
1 – Limpa-se o frango e corta-se como habitualmente. Tempera-se com sal, piripiri, alho e cebola às rodelas.
2 – Vai ao lume com a cebola, o alho.
3 - Junta-se um pouco de água e deixa-se cozer até evaporar um pouco o caldo.
4 – Adiciona-se a pasta de mancarra com o tomate bem picadinho e os quiabos cortados
5 – Deixa-se ferver e apurar até o frango ficar tenro.
6 –Ao retirar do lume, rega-se com o sumo dos limões e serve-se com arroz branco soltinho.

CACHUPA RICA

Ingredientes
500g de frango
500g de carne de vaca de cozer
1 pé de porco
1 chouriço
1 morcela
1 farinheira
150g de toucinho
100g de banha
2 cebolas
3 dentes de alho
1 folha de louro
0,5 l de milho
3 dl de feijão catarino
3 dl de feijoca branca
4 folhas de couve portuguesa
300 g de batata doce (também ponho mandioca)
200g de abóbora
300 g de banana verde
1 ramo de salsa
sal e piripiri

Preparação
Demolha-se o feijão e o milho. No dia seguinte, cozem-se. À parte, cozem-se as carnes e o toucinho. Noutro tacho cozem-se também as folhas da couve cortadas aos bocados, a abóbora em cubos e a banana às rodelas grossas.
Leva-se um tacho ao lume com banha, as cebolas, os dentes de alhos picados, a folha de louro e o ramo de salsa.
Logo que a cebola comece a ficar mole, misturam-se as carnes desossadas e cortadas ao bocados, e as hortaliças, tempera-se com piripiri e adiciona-se a água da cozedura das carnes e a água simples (para não ficar um caldo muito forte).
Ferve um bocadinho em lume brando, para apurar.

sábado, 17 de outubro de 2009

Aves

De há uns meses para cá, tenho notado que a marina do Parque das Nações, na zona sul, está a ser procurada por Corvos Marinhos.

Segundo um entendido, a "invasão" destas aves deve-se ao aumento do frio no norte da Europa, obrigando-as a procurar alimento nas regiões mais temperadas do continente europeu, ou mesmo no Norte de África.

São sinais evidentes das alterações climatéricas.

Segundo li, as cegonhas já não emigram como sempre fizeram e as rolas, aves de arribação, também têm permanecido por cá.

Aqui vão 2 fotos. Contei 28 corvos marinhos pousados numa ponte de acesso a um barco. 

 


Claro que não podia esquecer o meu Duffy que, cada vez mais bonito, vai-se alimentando do pão que já várias pessoas lhe levam. Para comer alguma coisa tem de "lutar" com as carpas e de vez em quando lá tem de dar-lhes uma bicada para pô-las na ordem.






sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Em memória

Faz hoje 5 anos que morreu o João, o meu maior amigo.
Não merecia ter desaparecido tão cedo. Sempre muito afectuoso e muito divertido, deixou imensas saudades. Faz-me imensa falta.





Dia Mundial da Alimentação

Este filme deveria ser obrigatoriamente visto por toda a gente, crianças e adultos.

A ser visto especialmente pelos pais que não transmitem aos filhos o problema da fome no mundo, e deixam as suas crianças desde cedo desperdiçarem comida, permitindo-lhes deixar os pratos cheios, simplesmente  porque não lhes apetece, para logo a seguir deixarem-nos comer um chocolate ou outro doce.

Desde muito cedo os meus pais incutiram-me a responsabilidade de não  estragar comida, que consideravam um pecado.

Tudo o que estava no prato era para se comer e não poderia dar-me ao luxo de dizer "não gosto", pois tomara muita gente ter um simples pão seco para se alimentar.




Os portugueses estão a empobrecer cada vez mais


Li num jornal hoje pela manhã que nós cada vez estamos mais pobres.


E eu que o diga!


Era suposto com a adesão ao sistema monetário europeu estabilizarem-se as taxas de câmbio e reduzir-se a inflação, mas a realidade em Portugal foi que repentinamente atingimos os mesmos preços dos produtos da Europa desenvolvida, e entretanto os salários mantiveram-se congelados. 
Actualmente estou a ganhar menos cerca de 300€ mensais que auferia em 1993.

Entretanto se quiserem fazer as vossas contas e assustarem-se com a vossa realidade actual, experimentem por aqui:  http://quantoperdi.blogspot.com/

Há 8 anos eu tinha o privilégio de poder viajar 1 a 2 vezes por ano e, foi nessa altura que juntamente com o meu homem contraímos um empréstimo para uma segunda habitação, que estamos agora a pagar com enorme sacrifício.
Cerca de 80% do meu salário é destinado a pagamentos de impostos, empréstimo da casa, carro, electricidade, água, telemóvel, gasolina e alimentação, sobrando-me muito pouco para gastar em roupa, calçado ou em alguma despesa de lazer.

Estes encargos regulam todo o meu comportamento de consumo e procuro com uma ginástica danada aliviá-los, sem ter de recorrer, até à data, à DECO a pedir apoio.
Quanto à parte cultural, devido aos meus fracos recursos económicos actuais, tive de optar por alterar os meus hábitos e passei a visitar os museus e exposições que me agradam aos domingos de manhã por serem gratuitos.

Frequento algumas e cada vez mais raras vezes o Centro Cultural de Belém, para espectáculos e concertos musicais, mas o preço dos bilhetes infelizmente e para mim estão a tornar-se proibitivos.


Nas empresas privadas os aumentos de salários não acontecem como no estado, onde anualmente há revisão salarial, mesmo sendo pela percentagem igual à inflação.
Trabalho numa empresa privada em que todos os funcionários estiveram três anos consecutivos sem qualquer aumento nem acerto salarial.  O meu último acerto foi de 1,8% em Março de 2008 e não me poderei queixar se quizer manter o meu posto de trabalho.       



quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Mais um dia

Hoje no trabalho o dia correu bem mas fiquei estoirada, no final fiquei satisfeita pois foi um dia produtivo.
De manhã não havia muito trânsito e para a distância de 12 Kms que separa a minha casa do trabalho, em vez da 1 hora, demorei só 30 minutos.
Pensei para os meus botões: será que os donos dos carros que faltam nas filas de trânsito ficaram todos desempregados?
Até me deu um aperto no coração porque vi-me daqui a uns tempos nesta situação, é que parte das empresas do grupo para quem trabalho, está também a passar por um período difícil e já comecei a rezar para que isso não aconteça.
De regresso a casa, vou variando nos caminhos e vou tirando fotos.
Tantas vezes passamos pelas mesmas ruas e nem apreciamos o que nos rodeia.
Fiquei impressionada ao ver na Av. de Berna este edifício num estado miserável, mas com um painel de azulejos lindissimo.
Se não o retirarem dali irá começar a cair azulejo por azulejo.
Seria um crime.

Pela Praça do Comércio, as vistas são bem mais agradáveis.
Vê-se o rio, a outra banda e dezenas de barcos ao mesmo tempo que se sente aquele cheiro meio maresia meio esgoto.
A luminosidade de Lisboa é única de facto.
Nenhuma das cidades dos 16 países que já visitei têm a luz da minha Lisboa tão maltratada.
Tantas obras por todo o lado, até parece que já nem imaginamos a cidade sem tapumes e entulho.


terça-feira, 13 de outubro de 2009

Para quando, sermos europeus de verdade ?

Nas últimas semanas para não dizer meses, seja na TV ou na rádio, só se fala de política.
Foram debates, depois vieram entrevistas e sondagens, por último temos agora o rescaldo das eleições.
Isto parece que não acaba e vai continuar até quando? é que já enjoa!

Quando é que teremos um político, homem ou mulher, com raça, com carisma, que arraste multidões, incutindo ânimo aqui aos portugueses para que todos arregacemos as mangas e mãos à obra para o futuro desta pátria.

Até a Mafalda sabe:


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Enfiaram-me o barrete

Para os que não têm tempo de cozinhar, falo daquelas comidas enlatadas que têm umas embalagens atraentes, com fotos que nos aguçam o apetite.
E nós parvos acabamos por comprar, pensando que vamos comer algo igual.
Até me ri quando abri a embalagem.
Será que nestes casos também a ASAE não deveria estar atenta.
Fotos com nacos de carne que não passam de pedacinhos menores que uma ervilha, a boiar num molho que nem a caril sabia.
Aqui vai a foto e vejam a diferença: o arrozinho branco afinal é meio amarelado e a carne não passa de umas amostras em molho acastanhado e pouco atractivo.
Enfim, mais um barrete a juntar aos muitos que já levei.


domingo, 11 de outubro de 2009

Flores lindas do jardim de minha mãe

Tal como a minha mãe herdei o gosto pelas plantas. Hoje estive todo o dia com ela e resolvi  dar uma volta ao seu jardim e tirar umas fotos das suas plantas em flôr.
Eram poucas, mas mesmo assim consegui estas maravilhas.

Trevo Roxo de 4 Folhas



Planta do Incenso


Rosa do Deserto


Euphorbia "Coroa de Cristo"


Alegria do Lar (?)


 Cacto tipo chorão

Falar sobre acupunctura


         Na era actual, a medicina tradicional é complementada com a intervenção de outras terapêuticas importadas de outras culturas.
         Cada país com a sua cultura e localização no mundo carrega nas suas tradições múltiplas práticas terapêuticas, que muitas vezes acabam serem inseridas noutros países quando os seus naturais imigram, enriquecendo culturalmente as outras sociedades onde se inserem.
         Consequentemente, criaram-se e desenvolveram-se novas profissões de saúde que com práticas e técnicas reconhecidas cientificamente, são actualmente imprescindíveis nos cuidados de saúde dos cidadãos.
         Posso realçar a Acupunctura muito em voga nos dias de hoje, terapêutica milenar chinesa que faz a prevenção, tratamento e cura de patologias através da inserção de finíssimas agulhas de ouro, prata ou aço inoxidável, em determinadas regiões do corpo chamadas de “pontos de acupunctura”.
          Segundo a teoria da acupunctura, o universo baseia-se na oposição entre duas forças antagónicas mas de igual intensidade. O ser vivo (humano, animal ou vegetal) possui uma energia primordial, chamada QI (pronuncia-se TCHI) que tem dois aspectos o YIN e o YANG. O YIN é o aspecto material e interno e o YANG é a manifestação da matéria exteriormente.
          Uma boa saúde depende do bom equilíbrio entre estas duas forças. Tanto o YIN como o YANG, cada um tem as suas funções.
          Quando estão ao mesmo nível energético, um controla o outro, porém quando um sobressai em relação ao outro ocorre o desequilíbrio, ou seja, ocorre a doença.
          Este desiquilíbrio entre o YIN e o YANG pode ser causado por motivos endógenos (de causa interna) ou exógenos (de causa externa):
·    Factores exógenos: excesso de frio ou calor, alimentação inadequada, acidentes, poluição etc
·    Factores endógenos: raiva, preocupação, pensamento excessivo (obsessão), pesar, medo, tristeza,etc.
          Existe uma inter-relação entre os sentimentos e os órgãos do nosso corpo em que determinada emoção influência um órgão, como por exemplo:
- PULMÃO = Tristeza
- CORAÇÃO = Alegria
- FÍGADO = Raiva
- BAÇO = Concentração
- RIM = Medo
       Cada órgão tem seu ponto de acupunctura ou meridiano próprio. Quando inserimos uma agulha de acupunctura num destes pontos, ocorre uma estimulação energética desencadeando reacções bioquímicas no nosso organismo.
          A acupunctura promove um equilíbrio geral no organismo promovendo a cura do paciente como um todo, pois nenhuma doença existe isoladamente e está sempre associada a algum desequilíbrio.
          Existem dados estatísticos sobre os resultados de tratamentos com acupunctura em algumas doenças, revelando em percentagem o sucesso conseguido:
·    A.V.C.  = 98,1%
·    EPILEPSIA = 72,6%
·    CEFALÉIA = 94,3%
·    LOMBALGIA = 90.7%
         Os seus excelentes resultados são reconhecidos tanto pela Organização Mundial da Saúde como por pesquisas científicas. Trata-se de uma excelente terapêutica integral que actua directamente em níveis complexos do funcionamento do ser vivo, quer psicológico, comportamental ou biológico.

Apesar de todas as provas, continua a haver muito cepticismo quanto a esta ciência, como demonstra este cartoon


Fonte: www.menshealth.co.uk


      De qualquer modo é necessário uma regulamentação cuidada das práticas terapêuticas, pois no meio de práticas sérias surgem sempre outras unicamente com o intuito de extorquir dinheiro a pessoas, que esgotadas as tentativas de tratamento de doenças crónicas que padecem, voltam-se para essas práticas de medicina pouco honestas.