quinta-feira, 31 de março de 2011

Estudo: A dôr da rejeição

Para o cérebro a dôr da rejeição na realidade dói, sendo mais do que apenas uma figura de expressão.

As regiões do cérebro que reagem à dor física, coincidem com as que reagem à rejeição social, de acordo com um estudo que utilizou imagens do cérebro nas pessoas envolvidas em rompimentos românticos.

Os resultados desta pesquisa dão um novo significado à ideia de que a rejeição “dói”, mostrando que eventos psicológicos ou sociais podem afectar regiões do cérebro que os cientistas pensavam que estavam reservados à dor física.

O estudo envolveu 40 voluntários que passaram por um rompimento romântico indesejável nos seis meses anteriores, revelando que o rompimento tinha-lhes provocado um sentimento de intensa rejeição.

Ressonâncias magnéticas funcionais foram usadas para estudar o cérebro em quatro situações:
- Ao ver uma foto do ex-parceiro e pensar sobre o rompimento da relação;
- Ao ver a foto de um amigo e pensar numa experiência positiva vivida com essa pessoa;
Quando um dispositivo era colocado nos seus braços produzindo um calor suave e confortante, e
- Quando esse dispositivo era aquecido o suficiente de forma a causar dor, embora sem danos físicos.

As duas situações negativas descobertas pelo estudo foram – pensando sobre a perda do parceiro e a queimadura – causando uma resposta nas partes sobrepostas do cérebro.

Estudos anteriores não tinham mostrado uma relação entre a dor física e emocional, mas nesses estudos tinham sido usados exemplos menos dramáticos, como simplesmente dizer que alguém não gosta de si. Neste caso, os voluntários eram pessoas que realmente tinham sido rejeitadas e ainda o sentiam.

Existem evidências de que o stress emocional, como a perda de um ente querido, pode afectar as pessoas fisicamente, pelo que estes estudos podem ajudar os pesquisadores a desenvolver maneiras de ajudar pessoas que são sensíveis à perda ou rejeição.

quarta-feira, 30 de março de 2011

A triste realidade em Lampedusa


Com a crescente tensão na Itália sobre os milhares de imigrantes africanos que chegam da Líbia, as forças da oposição a Kadafi prometeram que iriam ajudar a acabar com o afluxo, caso saiam victoriosos.

Na ilha italiana Lampedusa no Mediterrâneo, onde milhares de imigrantes a maioria tunisinos, chegaram desde o início do ano, os ânimos da população local estão cada vez mais exaltados e a sua natureza hospitaleira esticada ao limite.

Na segunda-feira, várias mulheres da população local acorrentaram-se ao cais de forma a impedir mais desembarques, culpando os imigrantes de crimes recentes, incluindo um assalto e um roubo.

Um jovem recusando identificar-se, disse não ser racista mas que as pessoas simplesmente já não aguentavam a situação. O governo não estava a agir e a população não se sentia segura.

Para desagrado da população, a zona do cais tornou-se num WC a céu aberto, sendo impossível anda na proximidade pelo intenso mau cheiro.

Entretanto, em Lampedusa, a polícia, os funcionários aduaneiros e os paramilitares continuam a controlar a ilha, não deixando que os jornalistas contactem os recém-chegados, que completamente esgotados são logo metidos em autocarros e levados para uma base militar abandonada, na ilha.

Era suposto o governo italiano evacuar grande parte dos imigrante na semana passada, primeiramente 700 por avião e 6000 em seis navios, mas nada foi feito, para além da falta de provisões para estas pessoas que estão no cais.

Muitos consideram vergonhosa esta atitude do governo, pois a sua presença no local limita-se a dois médicos, dois enfermeiros, três instalações sanitárias, uma refeição composta por uma garrafa de água para três, uma sandwiche sem nada e um pouco de arroz.

Lampedusa faz parte do arquipélago das ilhas Pelagie e fica mais perto do norte de África que a Itália continental.

Como consequência, 18500 imigrantes já chegaram desde o início do ano, de acordo com as estatísticas oficiais. Isto comparando com os 4000 em 2010.

Em 2008, a Itália e a Líbia assinaram um tratado de 80 milhões de euros, duramente criticado por grupos de direitos humanos, que as autoridades italianas dizem ter levado a uma diminuição de 94% em imigração ilegal para a Itália.

O governo italiano suspendeu a aplicação do tratado mas teme que centenas de milhares de imigrantes possam chegar a Itália se o regime de Kadafi cair. O próprio Kadafi ameaçou que iria enviar "milhões" de imigrantes para a Europa e a Itália foi forçada a pedir apoio à União Europeia.

Não podemo-nos esquecer que a maioria das pessoas, que chegam traumatizadas pela violência que testemunharam, pela viagem sem condições a que se sujeitaram arriscando a própria vida e a dos seus filhos e mulheres, tiveram de vender os seus bens para poderem pagar a sua fuga.
Se repararem, nas imagens não encontramos pessoas de idade.
Simplesmente ficaram para trás, entregues à sua sorte no meio de outra desgraça.

terça-feira, 29 de março de 2011

Em casa, com gripe

Havia de me pegar este malvado vírus.

Desde há dois anos tenho-me safado, mas este sábado acordei com dores nas articulações, cabeça pesada, dor de garganta, e tosse que não me tem largado principalmente ao deitar.

Tenho ajudado os meus anti-corpos a combater o vírus com drogas que nunca tomo, mas a que tive de ceder para me ver livre desta doença.

Entretanto aqui vai uma lição animada, de como o vírus da gripe se multiplica no nosso sistema.

sexta-feira, 25 de março de 2011

27,5 milhões de pessoas deslocadas pela violência



Números que assustam, mas que na realidade das nossas vidas, logo acabamos por esquecer.
Estamos tão longe, seguros de que nada nos acontecerá. 
Entretanto estes desgraçados sobrevivem numa vida sem sentido, sempre na esperança de que algo mude. 
Depois, passam-se décadas e o problema mantêm-se, porque aos países mais ricos onde vivemos, no conforto, esta gente é insignificante de quem nem nos lembramos mais ao deitar.
O número de pessoas ao redor do mundo desenraizadas por conflitos ou violência e deslocados dentro do seu país, aumentou para 27,5 milhões, o maior valor na última década, segundo um novo relatório divulgado pela Internal Displacement Monitoring Center em Genéve, criado em 1998 pelo Concelho Norueguês de Refugiados a pedido da ONU.
Cerca de 3 milhões de pessoas em 20 países foram deslocadas em 2010, incluindo 1,2 milhões em África. Este número tem aumentado progressivamente e os deslocamentos de grande escala continuam este ano.
Na Costa do Marfim, os civis estão a pagar um preço muito alto pelo impasse político, provocado pela recusa de Laurent Gbagbo em entregar o poder a Alassane Ouattara, vencedor das eleições de 28 de Novembro, reconhecidas internacionalmente, que provocou a fuga de muita gente e mais de 0,5 milhão de pessoas foram deslocadas.
Segundo o relatório, mais de metade dos deslocados em 2010 no mundo foram em 5 países:
  1. Colômbia – entre 3,5 e 5,2 milhões de pessoas;
  2. Sudão – entre 4,5 e 5,2 milhões;
  3. Iraque – cerca de 2,8 milhões;
  4. Congo – cerca de 1,7 milhão, e
  5. Somália – cerca de 1,5 milhão.
Nos últimos 10 anos um progresso significativo foi feito em entender e responder aos deslocados, cuja protecção e necessidades humanitárias deveriam ser preenchidas pelos seus governos. Em muitos casos existe apenas a ajuda feita por organizações humanitárias ou mesmo nenhuma ajuda.
Foi citada a terrível situação dos deslocados internos na capital da Somália, Mogadishu, que se encontravam literalmente na linha de fogo entre as partes beligerantes e em que a comunidades internacional não pôde fornecer qualquer protecção.
Uma representante para crianças em conflitos armados da ONU, disse que 12,2 milhões dos deslocados em 2010 eram crianças, e em pelo menos 11 países, as crianças estavam a ser recrutadas por grupos armados, para além de que em 18 países as crianças deslocadas enfrentavam o risco de violência física e ataque quando iam para a escola, como no Afeganistão.
Novos deslocamentos também são accionados pela violência relacionada com drogas e gangues, como ma Colômbia e no México.
Sendo que no México, o número de deslocamentos em 2010 foi superior ao número de novos deslocados no Afeganistão durante o mesmo período.
A África foi o único continente em 2010 que viu um declínio em número de deslocados internos, mantendo esta tendência desde 2004. Mesmo assim e apesar deste progresso, o continente africano detém 40% dos deslocados no mundo, quase metade são do Sudão.
No Médio Oriente, disse o relatório, o número de deslocados mais do que triplicou na última década, atingindo cerca de 4 milhões no final de 2010. Resultado dtanto da escalada do conflito no Iraque e Iêmen e de situações não resolvidas, incluindo o deslocamento na Síria, Líbano e Palestina.
Na Ásia, o número de deslocados aumentou 70% nos últimos 5 anos, resultantes principalmente da continuação dos conflitos no Afeganistão e no Paquistão, mas como na Ásia é difícil ter acesso a informação calcula-se que o número de deslocados seja provavelmente maior.

terça-feira, 22 de março de 2011

Hora do Planeta 2011

Ocorrerá no próximo sábado entre as 20:30 e as 21:30 horas.

Toca a marcar já na agenda!

Terra há só uma e é importante participar, seremos 1.3 bilião de pessoas em todo o mundo.

Não só participar, mas ter em lembrança constante todos os problemas que têm estado a liquidar o nosso planeta dia a dia, e tentar minimizá-los.

Somos todos responsáveis.


segunda-feira, 21 de março de 2011

Dia Mundial da Marioneta

Parece que com o tempo, as marionetas ou fantoches perderam o seu encanto como espectáculo. 

Era uma das diversões que havia na minha infância, e todos os miúdos adoravam assistir. Lembro-me quando elas apareciam na praia de Carcavelos.  O que nos riamos quando as cenas acabavam sempre com os bonecos à paulada: toma! toma! toma!

Por que será que desapareceu esse encanto? 
Alguma empatia ou antipatia pelo facto de que muitas vezes sentimo-nos verdadeiras marionetas nas nossas vidas? 
Quando somos forçados por circunstâncias familiares a seguir outros caminhos que a nossa consciência recusa.
Depois vem a revolta por o tempo passar e estarmos presos anos a fio à vida que rejeitamos. 
Ficarei algum dia livre desses fios que me prendem à vida que não é minha?