sexta-feira, 25 de março de 2011

27,5 milhões de pessoas deslocadas pela violência



Números que assustam, mas que na realidade das nossas vidas, logo acabamos por esquecer.
Estamos tão longe, seguros de que nada nos acontecerá. 
Entretanto estes desgraçados sobrevivem numa vida sem sentido, sempre na esperança de que algo mude. 
Depois, passam-se décadas e o problema mantêm-se, porque aos países mais ricos onde vivemos, no conforto, esta gente é insignificante de quem nem nos lembramos mais ao deitar.
O número de pessoas ao redor do mundo desenraizadas por conflitos ou violência e deslocados dentro do seu país, aumentou para 27,5 milhões, o maior valor na última década, segundo um novo relatório divulgado pela Internal Displacement Monitoring Center em Genéve, criado em 1998 pelo Concelho Norueguês de Refugiados a pedido da ONU.
Cerca de 3 milhões de pessoas em 20 países foram deslocadas em 2010, incluindo 1,2 milhões em África. Este número tem aumentado progressivamente e os deslocamentos de grande escala continuam este ano.
Na Costa do Marfim, os civis estão a pagar um preço muito alto pelo impasse político, provocado pela recusa de Laurent Gbagbo em entregar o poder a Alassane Ouattara, vencedor das eleições de 28 de Novembro, reconhecidas internacionalmente, que provocou a fuga de muita gente e mais de 0,5 milhão de pessoas foram deslocadas.
Segundo o relatório, mais de metade dos deslocados em 2010 no mundo foram em 5 países:
  1. Colômbia – entre 3,5 e 5,2 milhões de pessoas;
  2. Sudão – entre 4,5 e 5,2 milhões;
  3. Iraque – cerca de 2,8 milhões;
  4. Congo – cerca de 1,7 milhão, e
  5. Somália – cerca de 1,5 milhão.
Nos últimos 10 anos um progresso significativo foi feito em entender e responder aos deslocados, cuja protecção e necessidades humanitárias deveriam ser preenchidas pelos seus governos. Em muitos casos existe apenas a ajuda feita por organizações humanitárias ou mesmo nenhuma ajuda.
Foi citada a terrível situação dos deslocados internos na capital da Somália, Mogadishu, que se encontravam literalmente na linha de fogo entre as partes beligerantes e em que a comunidades internacional não pôde fornecer qualquer protecção.
Uma representante para crianças em conflitos armados da ONU, disse que 12,2 milhões dos deslocados em 2010 eram crianças, e em pelo menos 11 países, as crianças estavam a ser recrutadas por grupos armados, para além de que em 18 países as crianças deslocadas enfrentavam o risco de violência física e ataque quando iam para a escola, como no Afeganistão.
Novos deslocamentos também são accionados pela violência relacionada com drogas e gangues, como ma Colômbia e no México.
Sendo que no México, o número de deslocamentos em 2010 foi superior ao número de novos deslocados no Afeganistão durante o mesmo período.
A África foi o único continente em 2010 que viu um declínio em número de deslocados internos, mantendo esta tendência desde 2004. Mesmo assim e apesar deste progresso, o continente africano detém 40% dos deslocados no mundo, quase metade são do Sudão.
No Médio Oriente, disse o relatório, o número de deslocados mais do que triplicou na última década, atingindo cerca de 4 milhões no final de 2010. Resultado dtanto da escalada do conflito no Iraque e Iêmen e de situações não resolvidas, incluindo o deslocamento na Síria, Líbano e Palestina.
Na Ásia, o número de deslocados aumentou 70% nos últimos 5 anos, resultantes principalmente da continuação dos conflitos no Afeganistão e no Paquistão, mas como na Ásia é difícil ter acesso a informação calcula-se que o número de deslocados seja provavelmente maior.

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