sexta-feira, 30 de julho de 2010

A Família comigo

A minha "família" está no termo. 

Será o último verão com o companheiro de 6 anos mais outros 3,5 anos de encontros breves. 

Com ele passei os seus anos mais negros em termos profissionais.

Entretanto ele regressou ao seu país e agora está bem.

Só sei dizer que amei muito...


domingo, 25 de julho de 2010

PC Portátil na India por 28€

Ao sabermos da possibilidade de estes equipamentos poderem ser desenvolvidos com verbas tão baixas, fico logo a pensar nos milhões que as Compac, HP's etc., gananciosamente ganharam durante estes anos todos.


Na India criaram um PC portátil com monitor táctil por 28€, um protótipo de computação destinado aos estudantes do ensino básico e aos universitários.
O aparelho, desenvolvido pela Indian Institute of Technology e pelo Instituto de Ciência Indiano, faz parte de um esforço para dar aos alunos uma melhor educação e competências técnicas necessárias para impulsionar o crescimento económico da Índia.
Os primeiros usuários deverão ser os estudantes universitários com a introdução do dispositivo de computação em Linux.
Este portátil pode funcionar a energia solar, está equipado com um navegador de Internet, tem capacidade de vídeo-conferência e um media player, entre outras facilidades.
O governo, que espera que o custo do aparelho possa eventualmente cair para 8€, está em conversações com os fabricantes globais para iniciar a produção em massa do dispositivo.


sábado, 24 de julho de 2010

Visitas de Estudo


Foram duas as visitas de estudo que fizemos hoje, por indicação da Associação de Agricultores de Alcobaça que está a financiar o curso de Agricultura Biológica.
Iniciámos o dia com mais teoria nas instalações da associação, seguindo duas horas mais tarde para os pomares da Engenheira que nos dá a formação, terminando na Pequena Terra onde nos deliciámos na apanha do morango e na apreciação de todo o espaço, com o total de 6 hectares. 
Parte da quinta é dedicada à produção pelo modo de agricultura biológica e a outra parte destinada a actividades lúdicas para crianças ou actividades "eco-logicamente divertidas" como lhes chamam. 
Uma forma inteligente para sensibilizar as crianças que têm pouco contacto com a natureza, a apreciá-la e a valorizá-la.
Seguem algumas fotos para apreciação.

Pomar com uma bela vista

Ninho de melro

Ovos de Crisopa (parecem presos por um cabelo)
Insecto auxiliar que mata infestantes

Por último a Pequena Terra

No caminho vi esta casa tristemente abandonada
Alguém foi feliz aqui

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O Poço pode Esperar

O meu poço bem pode esperar pelas altas tecnologias. 
Pode ser que algum dia eu tenha possibilidade económica para adquirir uma qualquer bomba de água ecológica, que tire a água do poço sem ter de recorrer a combustíveis nem electricidade.
Recorri à Internet, e nas respostas às minhas consultas fiquei a saber que um moinho de vento custa entre 3800 a 6500€ mais Iva, que uma bomba submersível a energia solar custa 835€ mais Iva e que uma bomba de água manual, que só encontrei em empresas dos EUA, custa 1500€ mais despesas de transporte e direitos de importação.
Por estes preços por mais que queiramos é de todo impossível recorrer às energias renováveis. 
Então, arranjei a solução mais limpa e amiga do ambiente, em que a única energia consumida será a dos meus músculos, que já ando a fortalecer nas idas ao ginásio.


quinta-feira, 22 de julho de 2010

Crueldade animal, na Rússia


Numa campanha publicitária realizada por diversos empresários russos, para atrair banhistas à sua praia privada no Mar de Azov, resolveram colocar um pára-quedas num burro que coitado berrava de medo por cima das cabeças dos banhistas.
O animal subiu tão alto que as crianças na praia choravam perguntando aos pais porque é que tinham amarrado um cãozinho ao pára-quedas.
Ninguém que presenciava o estúpido evento teve miolos para chamar a polícia, simplesmente miravam o burro e fotografavam-no bombardeando com telefonemas a imprensa local.
O burro aterrou de uma forma atroz, foi arrastado vários metros ao longo da água, após o qual foi retirado meio vivo para a praia.
O incidente é impressionante mesmo para um país onde a crueldade animal é generalizada, tendo sido um choque para os moradores da região.
Agora os empresários arriscam-se a uma pena de prisão que pode ir até dois anos.

Acho que é pouco, para tamanha estupidez.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

VIH

Nem calculam como fico satisfeita quando tenho conhecimento de novos e promissores preventivos ao VIH, doença que durante anos me angustiou. 
Estive indecisa se haveria de contar parte da minha vida, mas considero que ao fazê-lo talvez seja uma forma de alertar os amigos que me lêem, a terem o máximo cuidado pois estas desgraças acontecem a qualquer um.
Há muito tempo atrás casei-me e após poucos dias de casada tivemos conhecimento que o meu marido era seropositivo. Dois anos mais tarde separamo-nos mantendo-nos na mesma muito unidos até à sua morte.
Com respeito ao VIH - Vírus da Imunodeficiência Humana, que causa danos ao sistema imunitário e conduz a uma condição denominada SIDA - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, há 20 anos atrás era uma doença da qual não havia muita informação.
A sua medicação consistia no AZT um medicamento que se revelou capaz de inibir a reprodução do vírus, ampliando a expectativa de vida dos pacientes, e cujo princípio activo era a Zidovudina substância aprovada para tratamento do Sida.
Inicialmente esta substância era usada no tratamento do cancro, tendo sido descoberto mais tarde o seu potencial na luta contra o VIH.
Os efeitos colaterais da Zidovudina mais importantes passavam pela anemia, tendo como sintomas palidez, fraqueza, cansaço, tonturas e batimento acelerado do coração; a leucopenia (diminuição das células brancas do sangue) e a plaquetopenia (redução no número do componente ligado à coagulação do sangue).
Apesar de tudo, eu e o meu marido na altura, mantivemos uma pesquisa exaustiva por todos os meios ao nosso alcance. Fomos a palestras, lêmos todas as revistas médicas nacionais e estrangeiras que encontrávamos na esperança de obter o máximo de conhecimento em tratamentos e cuidados de saúde, de forma a manter o vírus “adormecido” e com isto proporcionar um prolongamento máximo de vida.
Os médicos que seguiam a evolução da doença, convenceram o meu marido a entrar em protocolos sobre novas terapêuticas lançadas por laboratórios para o combate ao VIH. Por três ocasiões foi sujeito a estes tratamentos mas nenhum foi benéfico pelos seus efeitos hepatotóxicos, piorando o seu estado de saúde.
Para surpresa dos mais próximos não contraí o vírus e, apesar do mesmo poder manter-se incubado no nosso corpo por tempo indeterminado, o meu médico de família concluiu que após 10 anos consecutivos de análises, comprovava-se que eu não tinha qualquer anticorpo que confirmasse o contacto com o VIH.
O meu caso fez-me lembrar outro focado anos atrás, acompanhado e investigado por um laboratório científico, sobre um grupo de nigerianas que se prostituiam há anos, sem qualquer protecção, e não contraiam o vírus por serem portadoras de um gene que as protegia. Talvez eu tenha esse gene e apesar de antes de casar termos vivido juntos durante algum tempo, não houve qualquer interesse da parte dos médicos, nem fui sujeita a qualquer análise para saber o motivo de não ter contraído o vírus da imunodeficiência humana.
No final dos anos 80 e início dos anos 90, muitas informações na imprensa eram completamente estapafúrdias e geravam confusão nas pessoas àcerca do modo de contágio e consequente medo generalizado sobre a doença. Havia imensa falta de clareza nas informações e persiste ainda a ideia em muita gente que o contágio pode acontecer através de um simples beijo.
Passados mais de vinte anos, o ostracismo e discriminação a que os portadores do VIH estão sujeitos continua, com apenas modestas leis feitas para proteger as pessoas infectadas. Numa atmosfera de completa ignorância e de indiferença, na qual se incluem numerosas organizações e instituições de combate ao SIDA, os seropositivos continuam a ser considerados um perigo para a saúde pública ou seja potenciais agentes de contaminação, tornando-se inadmissível que actualmente existam empresas exigindo análises clínicas antes da contratação de funcionários.
Este acontecimento alterou totalmente o meu comportamento perante a vida. Decididamente era-me impossibilitada a oportunidade de constituir família o que na minha idade fértil foi muito difícil superar e, o ponto de ruptura foi quando anos depois de saber que não tinha o vírus e pretendi doar um pouco do meu sangue, grupo O Rh Negativo por haver poucos dadores, fui confrontada de forma agreste por uma médica no Hospital de Santa Maria dizendo ser crime, reprovando a minha acção, só pelo facto de ter coabitado com um seropositivo.
Como já tinha sido dadora de sangue anos atrás e era contactada anualmente pelo Hospital por via postal, foi doloroso este acontecimento e gradualmente fui ficando distante perdendo contactos, isolando-me e sem paciência para ouvir relatos de problemas de saúde insignificantes.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Hortaliça desconhecida

Hoje como estava um dia fresco aproveitei para andar a tratar do jardim e da minha horta. Como aqui nada se passa, a não ser apreciar a beleza da natureza, de vez em quando as vizinhas dão à língua e foi o que me aconteceu com a vizinha Karen, belga de nascimento mas holandesa por casamento. 
Levou-me à sua horta e fiquei pasmada com a organização da mesma, com uma simetria que mais parecia uma pintura geométrica ou algo assim tão perfeito. As verduras eram magníficas e com um tamanho brutal à conta dos cocós dos coelhos de uma amiga. 
Ofereceu-me uma courgette gigante digna do Entroncamento, à qual não resisti em fotografar.


Entretanto tinha lá outra verdura idêntica à alface. Segundo a Karen misturam-na no puré de batata depois de cortada aos pedacinhos e escaldada. Diz ser um pouco amarga mas saborosa e muito nutritiva e que tinha trazido as sementes da Holanda.
Ainda não fiz puré de batata mas amanhã farei para provar essa verdura desconhecida cuja foto também mostro.



Quase me senti envergonhada por não ter hortaliças daquele calibre, mas acabei por oferecer-lhe uma das garrafas de vinho branco de colheita particular que me ofereceram há tempos e ainda nem provei. Espero que o vinho seja bom.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Casamento para a vida (?!)

Um Homem foi obrigado a casar com a sua namorada de há 10 anos.
Segundo a notícia o homem tinha amor à namorada mas recusava casar-se.
Depois resolveu andar fugido mas acabou por ser apanhado e levado à força à "forca", quero dizer casamento.
Vejam o desespero do desgraçado. Que raio de relacionamento vai ser aquele daí para a frente. 
Que mulher iria querer um individuo assim, a ser arrastado e a pegarem-lhe nas mãos como a uma marioneta para cumprir os rituais.
De facto a cultura na Índia, quanto a casamentos, tem que se lhe diga...

 



domingo, 18 de julho de 2010

Renascimento de Chernobyl

Em Chernobyl, com as pessoas ausentes desde há 24 anos, a  mãe natureza ganhou o seu terreno e fez as suas mudanças, conforme vem noticiado hoje no DN.

Alguns animais, muitos deles descendentes de animais de estimação deixados pelos donos na fuga da cidade após o desastre nuclear, tomaram conta da cidade, que igualmente se tornou o santuário de numerosas espécies em extinção.

Filme Nº 1

Sobre este tema existem mais 4 filmes que considero interessantes.




sábado, 17 de julho de 2010

O meu poço pede uma bomba de água

Como gosto do meu planeta e faço tudo o que está ao meu alcance para minimizar qualquer efeito nocivo sobre o mesmo, decidi que haveria de colocar no meu poço uma bomba de água eólica ou manual.
Lamento dizer que não tem sido fácil.
Tenho perguntado em todo o lado, na cooperativa ou pesquisas pela internet, e o que encontro são bombas mais indicadas para captação de água em grande, para regadio de grandes produções e quase todas dependentes da electricidade ou combustível.

Aprecio imensamente aquelas bombas de água manuais antigas de manivela, ou então em segunda opção um moinho de vento, mas muito mais pequeno que aqueles que ainda conseguimos ver nas quintas antigas.

Deixo os dois exemplos nestes pequenos filmes pois nunca se sabe se os amigos que me visitam têm algum contacto que me possam ceder.


Aula Prática de Agricultura Biológica

Hoje, para além de termos feito a nossa pequena horta, aprendemos a fazer um sistema simples de rega gota a gota.
Pensava que esta tarefa seria complicada mas é muito fácil e os materiais necessários até são acessíveis, o mais caro talvez seja um bidão a usar como depósito para a água. 
Mas até nisso talvez tenha a sorte da engenheira que nos dá a formação oferecer-me um, dos que ela iria enviar para reciclagem, dos produtos que compra em grande quantidade para a sua produção de hectares de frutas pelo modo de agricultura biológica.

Aqui vão algumas fotos da aula prática:


Plantação em covachos

Produto biológico não químico, a usar para controlar caracóis e lesmas

Preparação e plantação da horta

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Legumes da minha horta

Hoje fiz a minha primeira apanha de feijão verde. 
Enchi uma caixa de plástico deles e dei conta alegremente que as plantas ainda têm imensos feijões em desenvolvimento. 
Nunca pensei que rendessem tanto. 
Desde que estou a viver na Junqueira/Alcobaça tenho tido uma alimentação bastante saudável e uma vida com imensa qualidade. 
Por aqui até nem é o fim do mundo. 
Às sextas, temos a visita de um peixeiro que faz a sua venda pelas ruas numa carrinha, cuja buzina conseguimos ouvir à distância para chamar as clientes. 
Também a fruta local é bem barata, são os próprios produtores que a vendem junto às estradas.
Este pormenor espanta-me, porque reparamos que nos hiper-mercados a maioria da fruta exposta é toda importada, e nesta zona do oeste o que mais há é fruta e de excelente qualidade.
 
Então, amanhã e após um mês e tal da sua plantação, finalmente irei saborear o meu feijão com uma dourada grelhada.
Acho que também farei uma sopa.


quinta-feira, 15 de julho de 2010

Na Suiça, adopte uma vaca



Michel Isoz, agricultor e produtor de queijo, posa com as vacas na sua exploração, em La Lécherette, na Suíça.
Isoz oferece um serviço de rent-a-vaca no verão.
A maioria dos suíços nas suas férias vão para as praias, mas outros estão optando por umas férias rústicas nas montanhas, onde passam o tempo durante o verão com as suas vacas adoptadas.
O projecto de adopção chamado “Mavachamoi”, um jogo de palavras para “a minha vaca” em francês, foi lançado há cinco anos pelo pastor Michel Izoz, e está a tornar-se popular entre os moradores urbanos na Suiça.
Entre as 20 vacas disponíveis para alugar na sua quinta em La Lécherette no cantão de Vaud, apenas Ilda, Rosette, Tola, Ursula, Usine e Quenele estão disponíveis. Todas as outras foram reservadas para o verão.
Izoz realçou que algumas vacas são mais populares que outras, especialmente aquelas com chifres, que parecem mais autênticas.
Os clientes vão ao site “mavachamoi” para visualizarem o catálogo mostrando as vacas em campos lindos tipo cartão postal.
Por 280€ podem reservar uma vaca por uma temporada, durante a qual poderão visitar o animal sempre que assim o desejarem.
A maioria das reservas são feitas para oferecer como prenda, Izoz disse, ressaltando que o projecto oferece uma oportunidade para os moradores da cidade compararem "o mundo stressado da cidade e o da vida dura nas montanhas".
“A ideia é mostrar às pessoas que a vida de agricultura é muito diferente do que imaginamos”.
Para apresentar o seu ponto de vista, Izoz requer que os clientes passem pelo menos quatro horas de trabalho na quinta, durante as quais fazem a ronda até à manada, cortam madeira, participam no tratamento ou na confecção de queijo preparado em fogo de lenha, em cubas de cobre grandes.
"Muitas vezes, fazem-nos rir" ver o povo da cidade a trabalhar na quinta, trabalho que requer alguma destreza, disse Esther Ginier, outro agricultor que dispõe de 16 vacas de aluguer na sua quinta em La Comballaz.
A maioria acaba sendo surpreendido pela forma como a vida pode ser dura nas idílicas pastagens de montanha, por onde costumam fazer caminhadas aos fins de semana.
"Descobrem que as pastagens de montanha são de sete dias por semana, não temos domingos de folga e temos férias curtas", disse Ginier.
"Estamos mais stressados com o estado do tempo, vivemos com a natureza e as suas regras", disse o agricultor Vaudoise em sua fazenda do século 17, decorado com flores e sinos antigos.
A  adopção também oferece outras surpresas.
"As crianças descobrem, na Suiça o país das vacas, que o leite não vem de pacotes. O leite tirado directamente do úbere da vaca é que é bom, é quente, é doce", disse Bolay.
Entretanto, os pais também conseguem revisitar as memórias de sua infância. E quando vão embora levam frequentemente produtos agrícolas.
As pessoas acabam por perceber que as vacas não são estúpidas e tal como as pessoas, têm a sua personalidade, seja uma posição dominante,seja de curiosidade, ganância e mesmo as que investem contra nós.
Claude Kobler adoptou a vaca “Sirene” desde 2007. Para ele trata-se de uma contribuição para os pastores alpinos.
Mas o que faz realmente com que o consultor de um banco de Genebra fique feliz, é o contacto com um mundo diferente. 

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Futebol: terapia para as mulheres HIV-positivas


No Zimbabué as jogadoras “Andorinhas dos ARV (Anti-retrovirais)”, são uma das 16 equipas femininas sero-positivas, formadas pelo jogador veterano Chris Sambo.
Ganhando fôlego após o treino pesado, Elizabeth Maseswa lembra como foi expulsa de sua casa em Harare quando revelou a sua seropositividade antes de encontrar uma nova família no campo de futebol. "Há cinco anos atrás, minha mãe renegou-me e expulsou-me de casa.”
“Eu não tinha a quem recorrer antes de me juntar à equipa ", disse Maseswa de 26 anos, a capitã das Andorinhas ARV. "Jogar futebol ajuda-me muito, alivia o stress e partilhamos os nossos problemas como uma equipa”.
Outras equipas incluindo as “ Estima Erradicado” e “Embaixadoras do Vírus”, cujas jogadoras criaram um vínculo de tipo familiar, que deve ser a inveja de algumas das equipas que sairam da Copa do Mundo na vizinha África do Sul.
Num país que não está somente no meio da epidemia do HIV, mas também tem sofrido grave escassez de alimentos durante uma crise prolongada da economia, a  solidariedade e o companheirismo são fundamentais.
"Às vezes eu não tinha mesmo as coisas básicas, como o sal, mas logo que desabafava com as minhas companheiras elas ajudavam-me”, disse Maseswa.
"Nós partilhamos os problemas uns dos outros." 
Para além da camaradagem, as jogadoras dizem que o futebol integrou-as.
"A minha cunhada costumava cantar sobre o meu estado de saúde dizendo todo tipo de insultos, mas tudo mudou quando eu comecei a jogar futebol."
"Algumas pessoas não querem partilhar uma garrafa de água comigo, eu não podia andar aqui sempre com os dedos a apontarem para mim, mas isso mudou, porque agora eu sou uma jogadora de futebol."
Sambo, um ex-secretário da Liga Profissional de Futebol tem a consciencia de que o futebol é um desporto que atrai um público muito grande e, com o fito de desmistificar o HIV decidiu formar uma liga de senhoras seropositivas.
Durante os jogos, literatura sobre o HIV é distribuído além de possuirem um centro móvel para despistagem da doença. Identificaram outras 46 equipas, e planeiam ter este projecto em todo o país.
As jogadoras recebem os anti-retrovirais dos Médicos de Sem Fronteiras, enquanto um banco local e uma empresa de gasolina também contribuem com kits.
Embora o futebol alivie o stress, os membros da equipa ainda tem que cuidar de si e suas famílias, com um pouco de lenha que recolhem de uma fazenda vizinha para vender.
O membro mais antigo da equipa é Maria Chinyama, 48, cujo marido morreu em 2002.
"Agora dou-me muito bem com os outros membros da minha família por causa do futebol", disse ela, enquanto embalava o filho de outra colega de equipa.
O Ministério da Saúde e da Infância do Zimbabué, que luta para fornecer anti-retrovirais a  todos os doentes, diz que a taxa de prevalência de HIV na faixa etária dos 15-49 anos declinou para 13,7% em 2009, quando há dez anos era de 33%.

Por mais que os séculos passem, o discurso de ainda muitos homens é de que as mulheres devem ficar em casa, ter filhos e cuidar deles. Felizmente são uma minoria e  elas nem querem saber disso.

terça-feira, 13 de julho de 2010

3ª Sessão de Quimioterapia

Hoje foi mais um dia passado no Instituto Português de Oncologia, foram 11 horas lá metidas dentro, começando pelas análises às 9 horas, a consulta ao meio dia e a quimioterapia às 13 horas. 
Quando a minha irmã saiu às 18h30, toda ela cheirava a químicos principalmente da boca, mas vinha satisfeita pelos resultados excelentes das análises.

Como amanhã tenho mais uma aula de Agricultura Biológica, tive de voltar hoje, esperando que a hora de ponta passásse.
Como estava na casa de meus pais no Restelo, bem perto da marginal, resolvi fazer o caminho de regresso junto ao rio, apanhar a A1, saindo no Carregado para depois apanhar IC2 e a N115 em direcção a Caldas da Rainha.
Este mês as portagens subiram 0,30€  de 4,35€ passaram para 4,55€, pelo que sempre que posso e tenho tempo venho com calma pela estrada nacional e ainda poupo o dinheiro da portagem.
Acho caro ter de pagar este valor para fazer nem 80 kms de auto-estrada.

Pelo caminho tirei umas fotos à minha Lisboa, tão velhinha nalguns locais, e eternamente em obras.

Em Santos, com o edifício do IADE (o das cruzes) do lado esquerdo

A Praça da Ribeira

Depois do Cais do Sodré

Barcos no Terreiro do Paço

Panteão Nacional, ao fundo

Depois o trânsito automóvel aumentou e tive de parar de tirar fotos.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Meninos Soldado

Em Myanmar as tropas aproveitam os meninos mais vulneráveis para a vida dura do exército.
Win Sein, o adolescente e ex-soldado de cabelos espetados disse que se lembra perfeitamente do dia em que tropas de Myanmar o apanharam nas ruas de Mandalay.
Acusaram-no de roubar e forçaram-no a se tornar uma criança-soldado. "Disseram-me que ou ia para a cadeia ou juntava-me ao exército. Disse-lhes que não queria entrar e só pararam de me bater quando concordei".
Disse-nos ser um sem-abrigo e ter cerca de 15 anos, não sabendo a sua data de nascimento.
Após quatro meses de acampamento, envolvendo um regime de exercícios fatigante, treino com armas e castigos corporais, o jovem disse ter sido enviado para a linha de frente da guerra civil contra os rebeldes étnicos, em regiões remotas da selva.
Um ano depois, Sein Win fugiu escapando do país governado por militares, chegando à cidade fronteiriça tailandesa de Mae Sot.
"A razão principal não foi a guerra, mas sim porque os sargentos eram muito, muito violentos, sempre insultando e batendo nas crianças-soldado”. "Então decidi fugir, acontecesse o que acontecesse".
Sein Win, está agora sob os cuidados de Mae Sot um grupo de ajuda baseado em Acção Social para as Mulheres (SAW), onde inicialmente foi relutante em contar sua experiência angustiante.
“Quando ele chegou ao grupo de ajuda, esteve prestes a perder o controle. Partiu garrafas de vidro e cortou o braço", disse o director do SAW "Não falava e não respondia a quaisquer pergunta que fizessemos”. “Não confiava em ninguém e carregava os danos psicológicos típicos de jovens que passaram algum tempo no exército” acrescentou o director, que já cuidou de cerca de 20 crianças-soldados de Myanmar.
Sein Win disse que as crianças do seu acampamento tinham sido forçadas a dizer ao tenente do exército que se tinham alistado voluntariamente, porque tinham medo dos sargentos que os tinham recrutado e mentido sobre as suas idades. 
O alistamento de menores é proibido por lei em Myanmar.
O problema não se limita à força oficial em Myanmar, um país governado pelos militares desde 1962 e envolvido na guerra civil em áreas de minorias étnicas desde a sua independência em 1948.
Um relatório das Nações Unidas lançado em Maio mostra a existência de nove grupos armados étnicos no país, assim como o exército do governo, para o recrutamento e utilização de crianças no conflito, observando que "o acesso é extremamente limitado" para monitorar tais forças.
Sein Win, que antes de sua contratação tinha fugido de casa para fugir ao abuso por parte do padrasto, disse que as crianças de rua eram um alvo muito fácil para as tropas do Estado que recebem um pagamento ou recompensa para o preenchimento das quotas militares.
Os soldados vestidos com roupas simples iam ter com as crianças que vivem na rua e diziam: "Ei irmão, queres comer? Eu vou arranjar-te comida".
"As crianças de rua vivem com fome e ficam felizes quando alguém lhes compra algo e seguem esse homem", disse Win Sein.
Steve Marshall, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), concordou que as crianças apanhadas "tendem a ser aquelas em situação de vulnerabilidade", como os meninos sozinhos nas estações ferroviárias e mercados. Disse que o menino mais novo conhecido que foi alistado, tinha apenas 11 anos.
A OIT tem um processo para famílias se queixarem sobre casos de recrutamento de menores, que caso se verifique são submetidos ao governo para libertar as crianças e repreender os seus recrutadores.
Desde 2007, mais de 100 vítimas foram libertadas e por outro lado numeroso pessoal do exército repreendido, três dos quais foram presos, havendo treinamento militarde forma a aumentar a consciência do direito de recrutamento.
Mas "não há nenhuma evidência sugerindo que a situação melhorou consideravelmente", disse Marshall.
Os jovens convocados para ajudar no combate a este problema podem enfrentar infâncias destruídas, futuro incerto e, para os desertores como Sein Win, um medo persistente de castigo.
"Eu gostaria de rever a minha mãe e a minha irmã, mas não me atrevo a contactá-las, porque não quero colocá-las em apuros", disse Sein Win. "Também não quero que elas saibam o que passei".

Dos 400.000 soldados no exército, cerca de 70.000 são crianças com menos de 18 anos