quinta-feira, 15 de julho de 2010

Na Suiça, adopte uma vaca



Michel Isoz, agricultor e produtor de queijo, posa com as vacas na sua exploração, em La Lécherette, na Suíça.
Isoz oferece um serviço de rent-a-vaca no verão.
A maioria dos suíços nas suas férias vão para as praias, mas outros estão optando por umas férias rústicas nas montanhas, onde passam o tempo durante o verão com as suas vacas adoptadas.
O projecto de adopção chamado “Mavachamoi”, um jogo de palavras para “a minha vaca” em francês, foi lançado há cinco anos pelo pastor Michel Izoz, e está a tornar-se popular entre os moradores urbanos na Suiça.
Entre as 20 vacas disponíveis para alugar na sua quinta em La Lécherette no cantão de Vaud, apenas Ilda, Rosette, Tola, Ursula, Usine e Quenele estão disponíveis. Todas as outras foram reservadas para o verão.
Izoz realçou que algumas vacas são mais populares que outras, especialmente aquelas com chifres, que parecem mais autênticas.
Os clientes vão ao site “mavachamoi” para visualizarem o catálogo mostrando as vacas em campos lindos tipo cartão postal.
Por 280€ podem reservar uma vaca por uma temporada, durante a qual poderão visitar o animal sempre que assim o desejarem.
A maioria das reservas são feitas para oferecer como prenda, Izoz disse, ressaltando que o projecto oferece uma oportunidade para os moradores da cidade compararem "o mundo stressado da cidade e o da vida dura nas montanhas".
“A ideia é mostrar às pessoas que a vida de agricultura é muito diferente do que imaginamos”.
Para apresentar o seu ponto de vista, Izoz requer que os clientes passem pelo menos quatro horas de trabalho na quinta, durante as quais fazem a ronda até à manada, cortam madeira, participam no tratamento ou na confecção de queijo preparado em fogo de lenha, em cubas de cobre grandes.
"Muitas vezes, fazem-nos rir" ver o povo da cidade a trabalhar na quinta, trabalho que requer alguma destreza, disse Esther Ginier, outro agricultor que dispõe de 16 vacas de aluguer na sua quinta em La Comballaz.
A maioria acaba sendo surpreendido pela forma como a vida pode ser dura nas idílicas pastagens de montanha, por onde costumam fazer caminhadas aos fins de semana.
"Descobrem que as pastagens de montanha são de sete dias por semana, não temos domingos de folga e temos férias curtas", disse Ginier.
"Estamos mais stressados com o estado do tempo, vivemos com a natureza e as suas regras", disse o agricultor Vaudoise em sua fazenda do século 17, decorado com flores e sinos antigos.
A  adopção também oferece outras surpresas.
"As crianças descobrem, na Suiça o país das vacas, que o leite não vem de pacotes. O leite tirado directamente do úbere da vaca é que é bom, é quente, é doce", disse Bolay.
Entretanto, os pais também conseguem revisitar as memórias de sua infância. E quando vão embora levam frequentemente produtos agrícolas.
As pessoas acabam por perceber que as vacas não são estúpidas e tal como as pessoas, têm a sua personalidade, seja uma posição dominante,seja de curiosidade, ganância e mesmo as que investem contra nós.
Claude Kobler adoptou a vaca “Sirene” desde 2007. Para ele trata-se de uma contribuição para os pastores alpinos.
Mas o que faz realmente com que o consultor de um banco de Genebra fique feliz, é o contacto com um mundo diferente. 

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