quinta-feira, 8 de julho de 2010

Suicídios no Japão, crescem com a crise

O Japão tem uma das taxas de suicídio mais altas do mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde, uma estatística que se tornou uma questão para debate político nacional.
A taxa anual de suicídio por 100.000 é de 35,8 para os homens (género mais em risco) em comparação com os 10,1 na Grã-Bretanha. Existem sete países que possuem uma taxa mais elevada, em que se inclui a Bielorússia com um valor de 63,3.
Durante décadas o Japão tem lutado com este problema, culpando a pobreza e o isolamento, em que os jovens sentindo-se tão oprimidos consideram a morte a única solução.
Mais de 100 pessoas compareceram, e milhares mais foram ouvidos através da Internet, num workshop recente de prevenção ao suicídio no Japão, um país onde mais de 30.000 pessoas se matam a cada ano.
A economia japonesa permaneceu estagnada por quase 20 anos, desde o estoiro da bolha económica no início da década de 1990 e como resultado, as pessoas perderam a sua auto-confiança e são abatidas na vaga de inquietação sobre o futuro.
Num país em que as empresas durante o período pós-guerra do “milagre económico” garantiam emprego para toda a vida em troca do trabalho e lealdade dos seus funcionários, o desemprego cresceu acima dos 5%.
Disparidades de riqueza em crescimento, pessoas desalojadas, uma visão antes relativamente rara, tornaram-se comuns em cidades japonesas e uma geração de jovens são obrigados a viver com baixos salários em empregos temporários.
“Muitos japoneses estãp vivendo no limite e a própria vida é como um trabalho duro” disse o psiquiatra Rika Kayama no workshop anti-suicídio.
A sociedade japonesa está envelhecendo assim como diminui e muitos temem pelo futuro da economia que dentro em breve será ultrapassada pela China.
O aumento da pobreza atingiu particularmente as crianças, as mães solteiras e os idosos, juntamente com outras 750 mil pessoas com falta de alimentação.
Indo a qualquer escola pública e perguntando aos professores, ouvem-se histórias sobre crianças que tomam banho apenas uma vez por semana e que têm partilhar um lápis com seus irmãos.
Eles podem não mendigar na rua... mas a pobreza existe.


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