Mais um atentado na Amazónia

O planeta está refém de alguns homens, com o poder e o querer em destruí-lo. Ao permitirmos este crime sem fazermos nada, não seremos cúmplices?

Mais uma triste notícia:

Alvoroço no Brasil sobre plano de barragem na Amazónia 

A nova e controversa barragem hidroeléctrica de 11.000 MW está programada a ser construída aqui, ao longo da fronteira do rio Xingu, a 140 km da cidade de Anapu, na floresta amazónica, no norte do Brasil.

 Ambientalistas, grupos indígenas e Sting a estrela de rock britânica denunciaram um plano do governo que quer construir a terceira maior barragem hidroeléctrica do mundo, na bacia do rio Amazonas, que alegam irá destruir a região.

O governo do presidente Lula da Silva aprovou na segunda-feira o projecto de Belo Monte no rio Xingu, no valor de 11 bilhões de dólares, que vai inundar 500 km quadrados e garantirá o fornecimento de 11 % da electricidade do Brasil.

Os delatores dizem que a barragem no estado norte do Pará, provocará secas ao longo de um trecho de 100 km do Xingu, irá deslocar milhares de indígenas, atrairá um exército de desempregados e acelerará a desflorestação e destruição da floresta tropical.

O Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc  afirmou ontem que foi emitida "a licença ambiental mais exigente da história" do projecto da barragem, que inclui 800 milhões de dólares para mitigar os danos ambientais e proteger as áreas indígenas.  

O contrato de construção do projecto será licitado em abril.

Se concluída, Belo Monte tornar-se-á a segunda maior barragem hidroeléctrica de Itaipu no Brasil e a terceira maior do mundo atrás da barragem das Três Gargantas na China.
"Este projecto beneficia apenas empresas ... e irá gerar gás metano que vai alterar o clima e fazer deslocar 30.000 pessoas", disse Antonia Xingu do Vivo Movimento Melo. Este movimento abrange 150 grupos sociais indígenas no Brasil.

Dom Erwin Krautler da igreja católica Xingu, o mais forte opositor do projecto, disse que a barragem seria extremamente prejudicial tanto para o delicado meio ambiente amazónico como para as pessoas que abriga.

"O projecto subestima completamente as consequências que serão irreversíveis.  Lula prometeu consultar a população local, mas nunca o fez", disse ele aos repórteres.

O projecto terá o trabalho de escavação massiva semelhante ao Canal do Panamá, que trará  85.000 trabalhadores, o dobro da população actual da região.

Quando o projecto Belo Monte ainda estava em planta no ano passado, foi denunciado por Sting durante um show em São Paulo.

O cantor e compositor convidou o líder lendário indígena do Brasil Raoni ao palco para se juntar e criticar o plano hidroeléctrico.

Adriano Pires, especialista em energia, disse que Belo Monte vai ajudar o Brasil a cobrir um aumento de 5% das necessidades de energia por ano.

"Na Alemanha", disse ele, "10% da energia eléctrica vem de fontes renováveis, enquanto as fábricas hidroeléctricas no Brasil fornecem 90% da sua electricidade."

"Não podemos desistir agora, e é por isso que Belo Monte é tão importante."

O Brasil também está construindo outras duas fábricas hidroeléctricas no rio Madeira da Amazónia.