sábado, 13 de fevereiro de 2010

Cura para a dor do amor

Uma farmácia antiga em Tallinn, capital da Estónia promete uma cura doce para corações despedaçados: uma mistura de amêndoas datada de tempos medievais que alegadamente alivia as dores do amor. 
"Desde a Idade Média, uma receita de maçapão especial tem sido preparada e vendida aqui para o coração, para aliviar a dor do amor", disse Ulle Noodapera, farmacêutica, na farmácia Raeapteek que abriu em 1422. É considerada a mais antiga farmácia da Europa, em actividade há 588 anos.
"Continuamos a produzir o maçapão especial, porque a necessidade de tal medicamento tem continuado ao longo dos séculos, e os pacientes com sintomas de dor de amor continuam a vir buscar a cura", disse Noodapera. 
A antiga receita é um segredo zelosamente guardado.  
"Não é maçapão comum, é feita segundo uma receita medieval contendo 72% de amêndoas e 28% de outros ingredientes que não vamos divulgar". 
Uma dose da droga maravilha pesa 40g e custa apenas um euro. 
Entrando nesta loja antiga sentimos como uma viagem na máquina do tempo. 
Juntamente com a cura para corações partidos, numa outra sala na loja são exibidas muitas poções medievais utilizadas durante séculos pelos seus efeitos supostamente milagrosos.  
A maioria desses remédios não são mais vendidos, mas a exibição em prateleiras antigas é impressionante: coxas de rã secas, sangue de gato preto, gordura de lã de ovelha suja, pedaços de múmia, minhocas em óleo, abelhas queimadas, vísceras de lobo e corações de coelho, este último previsto para restaurar a sanidade. 
"Podemos pensar que é engraçado e ridículo, mas havia sempre razões pelas quais eram recomendados pelos médicos na época e vendidos nesta drogaria", observou Noodapera.
 "Por exemplo, aqueles com problemas de visão eram aconselhados a comprar valeriana porque se acreditava que os gatos - conhecidos pela sua muito boa acuidade visual - tinham boa visão porque gostam de valeriana". 
Outro item ainda à venda desde a Idade Média é uma lã de cordeiro, chamada Rosa, destinada a aliviar dores nas costas.  
A farmácia também reflecte o passado multinacional e colorido de Tallinn ao longo dos séculos. Foi aberta por um médico alemão, Johan Molner, em 1422, passou para as mãos de um médico húngaro chamado Johann Burchart Belavary de Sykava em 1580 e foi explorada pela família Burchart nos 300 anos seguintes. 
Hoje, a farmácia Tallinn comercializa também medicamentos modernos e produtos farmacêuticos.   
O remédio mais bem vendido (best-seller) para os turistas, é um vinho chamado Klaret feito segundo uma receita medieval, com oito diferentes temperos e 14% de álcool. Cada garrafa de 0,5 L  custa 16 euros.
Um filme sobre Tallinn, cidade lindíssima que ainda não tive o prazer de conhecer.
Depois de ver o filme, não dá para acreditar que o ordenado mínimo na Estónia é 280€.

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