Como gostaria de poder confiar em alguém para desabafar. Ter o dom da palavra e exprimir exactamente o que sinto, o que vivo, os meus fracassos, os poucos sucessos, os relacionamentos frustrados e qual o meu papel perante o meu mundo.
Acontecimentos na vida transformaram-me num bicho do mato, gradualmente fui-me isolando.
Há muitos anos fui casada com alguém com uma doença estigmatizante que infelizmente acabou por matá-lo, sem dar conta fui-me afastando das poucas amizades que possuía com receio de ser “escorraçada”. Não pudemos ter filhos. São eles que muitas vezes nos dão alento e empurram para a vida.
Quando penso se tenho alguém com quem desabafar e expôr o que me vai na consciência, não encontro essa pessoa.
Penso muito no meu homem que está longe. Gostaria de me abrir com ele. Mas, depois de 6 meses passados, ele se calhar já nem é meu.
Pensando bem só conheço gente com quem posso ter conversas de circunstância.
Vou a poucas festas. Não tenho grande paciência para ostentações e cenas teatrais de pessoas que querem dar a entender que têm vidas altamente cinematográficas.
Sou simples, sensível e muito lutadora e gosto de gente assim.
Bem, parece que aliviei depois deste desabafo.
Foto minha: Guiné-Bissau
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