sábado, 17 de julho de 2010

Aula Prática de Agricultura Biológica

Hoje, para além de termos feito a nossa pequena horta, aprendemos a fazer um sistema simples de rega gota a gota.
Pensava que esta tarefa seria complicada mas é muito fácil e os materiais necessários até são acessíveis, o mais caro talvez seja um bidão a usar como depósito para a água. 
Mas até nisso talvez tenha a sorte da engenheira que nos dá a formação oferecer-me um, dos que ela iria enviar para reciclagem, dos produtos que compra em grande quantidade para a sua produção de hectares de frutas pelo modo de agricultura biológica.

Aqui vão algumas fotos da aula prática:


Plantação em covachos

Produto biológico não químico, a usar para controlar caracóis e lesmas

Preparação e plantação da horta

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Legumes da minha horta

Hoje fiz a minha primeira apanha de feijão verde. 
Enchi uma caixa de plástico deles e dei conta alegremente que as plantas ainda têm imensos feijões em desenvolvimento. 
Nunca pensei que rendessem tanto. 
Desde que estou a viver na Junqueira/Alcobaça tenho tido uma alimentação bastante saudável e uma vida com imensa qualidade. 
Por aqui até nem é o fim do mundo. 
Às sextas, temos a visita de um peixeiro que faz a sua venda pelas ruas numa carrinha, cuja buzina conseguimos ouvir à distância para chamar as clientes. 
Também a fruta local é bem barata, são os próprios produtores que a vendem junto às estradas.
Este pormenor espanta-me, porque reparamos que nos hiper-mercados a maioria da fruta exposta é toda importada, e nesta zona do oeste o que mais há é fruta e de excelente qualidade.
 
Então, amanhã e após um mês e tal da sua plantação, finalmente irei saborear o meu feijão com uma dourada grelhada.
Acho que também farei uma sopa.


quinta-feira, 15 de julho de 2010

Na Suiça, adopte uma vaca



Michel Isoz, agricultor e produtor de queijo, posa com as vacas na sua exploração, em La Lécherette, na Suíça.
Isoz oferece um serviço de rent-a-vaca no verão.
A maioria dos suíços nas suas férias vão para as praias, mas outros estão optando por umas férias rústicas nas montanhas, onde passam o tempo durante o verão com as suas vacas adoptadas.
O projecto de adopção chamado “Mavachamoi”, um jogo de palavras para “a minha vaca” em francês, foi lançado há cinco anos pelo pastor Michel Izoz, e está a tornar-se popular entre os moradores urbanos na Suiça.
Entre as 20 vacas disponíveis para alugar na sua quinta em La Lécherette no cantão de Vaud, apenas Ilda, Rosette, Tola, Ursula, Usine e Quenele estão disponíveis. Todas as outras foram reservadas para o verão.
Izoz realçou que algumas vacas são mais populares que outras, especialmente aquelas com chifres, que parecem mais autênticas.
Os clientes vão ao site “mavachamoi” para visualizarem o catálogo mostrando as vacas em campos lindos tipo cartão postal.
Por 280€ podem reservar uma vaca por uma temporada, durante a qual poderão visitar o animal sempre que assim o desejarem.
A maioria das reservas são feitas para oferecer como prenda, Izoz disse, ressaltando que o projecto oferece uma oportunidade para os moradores da cidade compararem "o mundo stressado da cidade e o da vida dura nas montanhas".
“A ideia é mostrar às pessoas que a vida de agricultura é muito diferente do que imaginamos”.
Para apresentar o seu ponto de vista, Izoz requer que os clientes passem pelo menos quatro horas de trabalho na quinta, durante as quais fazem a ronda até à manada, cortam madeira, participam no tratamento ou na confecção de queijo preparado em fogo de lenha, em cubas de cobre grandes.
"Muitas vezes, fazem-nos rir" ver o povo da cidade a trabalhar na quinta, trabalho que requer alguma destreza, disse Esther Ginier, outro agricultor que dispõe de 16 vacas de aluguer na sua quinta em La Comballaz.
A maioria acaba sendo surpreendido pela forma como a vida pode ser dura nas idílicas pastagens de montanha, por onde costumam fazer caminhadas aos fins de semana.
"Descobrem que as pastagens de montanha são de sete dias por semana, não temos domingos de folga e temos férias curtas", disse Ginier.
"Estamos mais stressados com o estado do tempo, vivemos com a natureza e as suas regras", disse o agricultor Vaudoise em sua fazenda do século 17, decorado com flores e sinos antigos.
A  adopção também oferece outras surpresas.
"As crianças descobrem, na Suiça o país das vacas, que o leite não vem de pacotes. O leite tirado directamente do úbere da vaca é que é bom, é quente, é doce", disse Bolay.
Entretanto, os pais também conseguem revisitar as memórias de sua infância. E quando vão embora levam frequentemente produtos agrícolas.
As pessoas acabam por perceber que as vacas não são estúpidas e tal como as pessoas, têm a sua personalidade, seja uma posição dominante,seja de curiosidade, ganância e mesmo as que investem contra nós.
Claude Kobler adoptou a vaca “Sirene” desde 2007. Para ele trata-se de uma contribuição para os pastores alpinos.
Mas o que faz realmente com que o consultor de um banco de Genebra fique feliz, é o contacto com um mundo diferente. 

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Futebol: terapia para as mulheres HIV-positivas


No Zimbabué as jogadoras “Andorinhas dos ARV (Anti-retrovirais)”, são uma das 16 equipas femininas sero-positivas, formadas pelo jogador veterano Chris Sambo.
Ganhando fôlego após o treino pesado, Elizabeth Maseswa lembra como foi expulsa de sua casa em Harare quando revelou a sua seropositividade antes de encontrar uma nova família no campo de futebol. "Há cinco anos atrás, minha mãe renegou-me e expulsou-me de casa.”
“Eu não tinha a quem recorrer antes de me juntar à equipa ", disse Maseswa de 26 anos, a capitã das Andorinhas ARV. "Jogar futebol ajuda-me muito, alivia o stress e partilhamos os nossos problemas como uma equipa”.
Outras equipas incluindo as “ Estima Erradicado” e “Embaixadoras do Vírus”, cujas jogadoras criaram um vínculo de tipo familiar, que deve ser a inveja de algumas das equipas que sairam da Copa do Mundo na vizinha África do Sul.
Num país que não está somente no meio da epidemia do HIV, mas também tem sofrido grave escassez de alimentos durante uma crise prolongada da economia, a  solidariedade e o companheirismo são fundamentais.
"Às vezes eu não tinha mesmo as coisas básicas, como o sal, mas logo que desabafava com as minhas companheiras elas ajudavam-me”, disse Maseswa.
"Nós partilhamos os problemas uns dos outros." 
Para além da camaradagem, as jogadoras dizem que o futebol integrou-as.
"A minha cunhada costumava cantar sobre o meu estado de saúde dizendo todo tipo de insultos, mas tudo mudou quando eu comecei a jogar futebol."
"Algumas pessoas não querem partilhar uma garrafa de água comigo, eu não podia andar aqui sempre com os dedos a apontarem para mim, mas isso mudou, porque agora eu sou uma jogadora de futebol."
Sambo, um ex-secretário da Liga Profissional de Futebol tem a consciencia de que o futebol é um desporto que atrai um público muito grande e, com o fito de desmistificar o HIV decidiu formar uma liga de senhoras seropositivas.
Durante os jogos, literatura sobre o HIV é distribuído além de possuirem um centro móvel para despistagem da doença. Identificaram outras 46 equipas, e planeiam ter este projecto em todo o país.
As jogadoras recebem os anti-retrovirais dos Médicos de Sem Fronteiras, enquanto um banco local e uma empresa de gasolina também contribuem com kits.
Embora o futebol alivie o stress, os membros da equipa ainda tem que cuidar de si e suas famílias, com um pouco de lenha que recolhem de uma fazenda vizinha para vender.
O membro mais antigo da equipa é Maria Chinyama, 48, cujo marido morreu em 2002.
"Agora dou-me muito bem com os outros membros da minha família por causa do futebol", disse ela, enquanto embalava o filho de outra colega de equipa.
O Ministério da Saúde e da Infância do Zimbabué, que luta para fornecer anti-retrovirais a  todos os doentes, diz que a taxa de prevalência de HIV na faixa etária dos 15-49 anos declinou para 13,7% em 2009, quando há dez anos era de 33%.

Por mais que os séculos passem, o discurso de ainda muitos homens é de que as mulheres devem ficar em casa, ter filhos e cuidar deles. Felizmente são uma minoria e  elas nem querem saber disso.

terça-feira, 13 de julho de 2010

3ª Sessão de Quimioterapia

Hoje foi mais um dia passado no Instituto Português de Oncologia, foram 11 horas lá metidas dentro, começando pelas análises às 9 horas, a consulta ao meio dia e a quimioterapia às 13 horas. 
Quando a minha irmã saiu às 18h30, toda ela cheirava a químicos principalmente da boca, mas vinha satisfeita pelos resultados excelentes das análises.

Como amanhã tenho mais uma aula de Agricultura Biológica, tive de voltar hoje, esperando que a hora de ponta passásse.
Como estava na casa de meus pais no Restelo, bem perto da marginal, resolvi fazer o caminho de regresso junto ao rio, apanhar a A1, saindo no Carregado para depois apanhar IC2 e a N115 em direcção a Caldas da Rainha.
Este mês as portagens subiram 0,30€  de 4,35€ passaram para 4,55€, pelo que sempre que posso e tenho tempo venho com calma pela estrada nacional e ainda poupo o dinheiro da portagem.
Acho caro ter de pagar este valor para fazer nem 80 kms de auto-estrada.

Pelo caminho tirei umas fotos à minha Lisboa, tão velhinha nalguns locais, e eternamente em obras.

Em Santos, com o edifício do IADE (o das cruzes) do lado esquerdo

A Praça da Ribeira

Depois do Cais do Sodré

Barcos no Terreiro do Paço

Panteão Nacional, ao fundo

Depois o trânsito automóvel aumentou e tive de parar de tirar fotos.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Meninos Soldado

Em Myanmar as tropas aproveitam os meninos mais vulneráveis para a vida dura do exército.
Win Sein, o adolescente e ex-soldado de cabelos espetados disse que se lembra perfeitamente do dia em que tropas de Myanmar o apanharam nas ruas de Mandalay.
Acusaram-no de roubar e forçaram-no a se tornar uma criança-soldado. "Disseram-me que ou ia para a cadeia ou juntava-me ao exército. Disse-lhes que não queria entrar e só pararam de me bater quando concordei".
Disse-nos ser um sem-abrigo e ter cerca de 15 anos, não sabendo a sua data de nascimento.
Após quatro meses de acampamento, envolvendo um regime de exercícios fatigante, treino com armas e castigos corporais, o jovem disse ter sido enviado para a linha de frente da guerra civil contra os rebeldes étnicos, em regiões remotas da selva.
Um ano depois, Sein Win fugiu escapando do país governado por militares, chegando à cidade fronteiriça tailandesa de Mae Sot.
"A razão principal não foi a guerra, mas sim porque os sargentos eram muito, muito violentos, sempre insultando e batendo nas crianças-soldado”. "Então decidi fugir, acontecesse o que acontecesse".
Sein Win, está agora sob os cuidados de Mae Sot um grupo de ajuda baseado em Acção Social para as Mulheres (SAW), onde inicialmente foi relutante em contar sua experiência angustiante.
“Quando ele chegou ao grupo de ajuda, esteve prestes a perder o controle. Partiu garrafas de vidro e cortou o braço", disse o director do SAW "Não falava e não respondia a quaisquer pergunta que fizessemos”. “Não confiava em ninguém e carregava os danos psicológicos típicos de jovens que passaram algum tempo no exército” acrescentou o director, que já cuidou de cerca de 20 crianças-soldados de Myanmar.
Sein Win disse que as crianças do seu acampamento tinham sido forçadas a dizer ao tenente do exército que se tinham alistado voluntariamente, porque tinham medo dos sargentos que os tinham recrutado e mentido sobre as suas idades. 
O alistamento de menores é proibido por lei em Myanmar.
O problema não se limita à força oficial em Myanmar, um país governado pelos militares desde 1962 e envolvido na guerra civil em áreas de minorias étnicas desde a sua independência em 1948.
Um relatório das Nações Unidas lançado em Maio mostra a existência de nove grupos armados étnicos no país, assim como o exército do governo, para o recrutamento e utilização de crianças no conflito, observando que "o acesso é extremamente limitado" para monitorar tais forças.
Sein Win, que antes de sua contratação tinha fugido de casa para fugir ao abuso por parte do padrasto, disse que as crianças de rua eram um alvo muito fácil para as tropas do Estado que recebem um pagamento ou recompensa para o preenchimento das quotas militares.
Os soldados vestidos com roupas simples iam ter com as crianças que vivem na rua e diziam: "Ei irmão, queres comer? Eu vou arranjar-te comida".
"As crianças de rua vivem com fome e ficam felizes quando alguém lhes compra algo e seguem esse homem", disse Win Sein.
Steve Marshall, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), concordou que as crianças apanhadas "tendem a ser aquelas em situação de vulnerabilidade", como os meninos sozinhos nas estações ferroviárias e mercados. Disse que o menino mais novo conhecido que foi alistado, tinha apenas 11 anos.
A OIT tem um processo para famílias se queixarem sobre casos de recrutamento de menores, que caso se verifique são submetidos ao governo para libertar as crianças e repreender os seus recrutadores.
Desde 2007, mais de 100 vítimas foram libertadas e por outro lado numeroso pessoal do exército repreendido, três dos quais foram presos, havendo treinamento militarde forma a aumentar a consciência do direito de recrutamento.
Mas "não há nenhuma evidência sugerindo que a situação melhorou consideravelmente", disse Marshall.
Os jovens convocados para ajudar no combate a este problema podem enfrentar infâncias destruídas, futuro incerto e, para os desertores como Sein Win, um medo persistente de castigo.
"Eu gostaria de rever a minha mãe e a minha irmã, mas não me atrevo a contactá-las, porque não quero colocá-las em apuros", disse Sein Win. "Também não quero que elas saibam o que passei".

Dos 400.000 soldados no exército, cerca de 70.000 são crianças com menos de 18 anos

domingo, 11 de julho de 2010

Reportagem mal cheirosa, mas séria.


Adam Yamaguchi, correspondente e produtor executivo da Vanguard,  fala sobre as filmagens de “The World’s Toilet Crise”, a pior tarefa a que ele próprio se sujeitou, recolhidas na India e Indonésia.
A reportagem revela que segundo o Departamento dos EUA, a Organização Mundial de Saúde e a UNICEF, o maior assassino infeccioso do mundo não é a malária, a Sida ou a tuberculose, mas sim os dejectos humanos.
Estima-se que 2,6 bilhões de pessoas, cerca de 40% da população mundial, 1 bilhão dos quais crianças, não têm acesso a instalações sanitárias de qualquer natureza e praticam a defecação a céu aberto.

O resultado é uma pandemia contínua de aflições intestinais que mata 2 milhões de pessoas por ano, porque as pessoas lavam loiça e roupa, dormem e comem no mesmo local onde defecam, sem darem conta do perigo a que se sujeitam.


sábado, 10 de julho de 2010

Pobre cidade, amaldiçoada pelo seu nome: Al-Qaeda


O nome da cidade de Al-Qaeda nada tem a ver com a organização liderada por Osama Bin Laden.
Al-Qaeda do Iémen, cercada por montanhas e oprimida pela pobreza tem a duvidosa honra de carregar o mesmo nome Al-Qaeda.
Os seus moradores dizem que o nome trouxe vergonha para a cidade e têm sido confrontados com “suspeita” por causa disso.
Al-Qaeda em árabe significa "A Base" e foi em tempos um centro de grande comercio.
Muito jovens têm a sorte de receber bolsas de estudo no exterior, mas enfrentam dificuldades porque Al-Qeada é a sua cidade natal.
Um dos habitantes viajou para um país árabe para tratamento médico, e as autoridades do aeroporto após terem-no detido e interrogado mandaram-no de volta depois de encontrarem o nome de Al-Qaeda no seu passaporte.
Na tentativa de limpar este mau registo, o chefe de segurança local disse que a cidade “tem muitas pessoas que bebem álcool e consomem drogas, ambas estritamente proibidas pelo islão” e acrescentou “como poderiam estes ser seguidores de Bin Laden?”. E insistiu que a cidade de Al-Qaeda estava absolutamente livre de jihadistas e extremistas.
Enquanto o extremismo não é problema nesta cidade de 70.000 habitantes, dos quais 90% vivem abaixo da linha da pobreza , a Al-Qaeda tornou-se um refúgio seguro para os traficantes de drogas e álcool. Estes aproveitam-se da deterioração da economia e recrutam pessoas para venderem as suas mercadorias.
Apesar da pobreza encará-los, a hospitalidade para com estranhos é uma obrigação para o povo de Al-Qaeda.
Al-Qaeda é um lugar bonito, mas há aqueles que tentar “sujar” a sua beleza transformando-a numa base para os gangs criminosos.
Há vinte anos atrás, os habitantes não sabiam nada sobre os bandidos e criminosos que matam pessoas inocentes. Mas hoje, grupos armados foram formados para roubar e matar com impunidade.
Pela cidade não existem estradas pavimentadas, as motos baratas são o meio de transporte mais comum, e a conversa que se ouve é de caos e negligência do governo.
“O estado não pode fazer nada sobre o esgoto que passa ao lado da minha casa, que deixou a minha família com todo o tipo de doenças. Não há mês que passe sem um membro da família ser hospitalizado” lamentou um homem idoso.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O meu dia a dia

Como estou desempregada, o horário das 9 às 18 horas ocupado pelo emprego deixou de existir, e porque comecei gradualmente a desorganizar-me fui obrigada a criar rotinas.  
O espaço de um mês foi suficiente para sentir-me perdida sem saber a quantos andava que dia era, se segunda-feira se quinta-feira, e só dava conta dos fins de semana quando tinha visitas.
Actualmente os meus dias são ocupados com a formação de Agricultura Biológica, com o ginásio, com viagens a Lisboa para acompanhamento nas idas da minha irmã ao IPO para tratamento da sua doença e, com a minha horta e jardim.

Para mostrar, a quem tem paciência para me ler, tirei umas fotos à minha fruta e legumes,  que se desenvolvem sem um único químico ao estilo de agricultura biológica.

Vida saudável a minha... apesar de tudo.

A primeira melancia 

Tomates (tenho uns 10 tomateiros)

Feijão Verde (ainda a crescer)

As minhas maçãs sumarentas

Pêras

A caixa para compostagem, oferta da Câmara Municipal de Alcobaça.
Fui levantá-la hoje e o Manual de Instruções vem em quatro línguas, português não incluído.

Flores

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Suicídios no Japão, crescem com a crise

O Japão tem uma das taxas de suicídio mais altas do mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde, uma estatística que se tornou uma questão para debate político nacional.
A taxa anual de suicídio por 100.000 é de 35,8 para os homens (género mais em risco) em comparação com os 10,1 na Grã-Bretanha. Existem sete países que possuem uma taxa mais elevada, em que se inclui a Bielorússia com um valor de 63,3.
Durante décadas o Japão tem lutado com este problema, culpando a pobreza e o isolamento, em que os jovens sentindo-se tão oprimidos consideram a morte a única solução.
Mais de 100 pessoas compareceram, e milhares mais foram ouvidos através da Internet, num workshop recente de prevenção ao suicídio no Japão, um país onde mais de 30.000 pessoas se matam a cada ano.
A economia japonesa permaneceu estagnada por quase 20 anos, desde o estoiro da bolha económica no início da década de 1990 e como resultado, as pessoas perderam a sua auto-confiança e são abatidas na vaga de inquietação sobre o futuro.
Num país em que as empresas durante o período pós-guerra do “milagre económico” garantiam emprego para toda a vida em troca do trabalho e lealdade dos seus funcionários, o desemprego cresceu acima dos 5%.
Disparidades de riqueza em crescimento, pessoas desalojadas, uma visão antes relativamente rara, tornaram-se comuns em cidades japonesas e uma geração de jovens são obrigados a viver com baixos salários em empregos temporários.
“Muitos japoneses estãp vivendo no limite e a própria vida é como um trabalho duro” disse o psiquiatra Rika Kayama no workshop anti-suicídio.
A sociedade japonesa está envelhecendo assim como diminui e muitos temem pelo futuro da economia que dentro em breve será ultrapassada pela China.
O aumento da pobreza atingiu particularmente as crianças, as mães solteiras e os idosos, juntamente com outras 750 mil pessoas com falta de alimentação.
Indo a qualquer escola pública e perguntando aos professores, ouvem-se histórias sobre crianças que tomam banho apenas uma vez por semana e que têm partilhar um lápis com seus irmãos.
Eles podem não mendigar na rua... mas a pobreza existe.


quarta-feira, 7 de julho de 2010

A vida em um dia

Kevin Macdonald, o realizador do filme "O último Rei da Escócia", vai editar um documentário de longa metragem a ser produzido por Ridley Scott do "Gladiador" e "Robin Hood".
Através do YouTube está a pedir a pessoas de todo o mundo que lhe enviem filmagens do seu quotidiano.
A estreia do filme será em Janeiro no Sundance Film Festival e vai ser transmitido em simultâneo e gratuitamente no YouTube.
Este realizador espera que o filme seja uma espécie de cápsula do tempo.
Os interessados deverão ter no mínimo 13 anos, e podem ser de qualquer pais, menos os que têm restrições com os EUA.
Ler mais informação aqui.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Mensagem em 12500 garrafas de plástico


Plastiki é um barco totalmente reciclado, feito de 12500 garrafas de plástico, e cola biológica feita de castanha de cajú e cana do açúcar.
Viajará de Nova Caledónia até Sidney, com o intuito de aumentar a consciência ambiental, destacando os perigos da poluição do plástico nos oceanos do mundo, o excesso de pesca e as alterações climatéricas.
O ecologista e aventureiro britânico David Rothschild, o herdeiro mais novo da fortuna da família Rothschild, sonhou com a ideia de um navio totalmente reciclável, após a leitura de um relatório da ONU, sobre os ecossistemas do oceano.
A tripulação do Plastiki tem esperança em conseguir inspirar o mundo em reduzir, reutilizar e reciclar.

Unidos no Aniversário do João

Cinco de Julho era o dia de aniversário do meu amigo João
Neste dia, desde a sua morte prematura em 2004, todos os amigos juntam-se anualmente num jantar comemorativo.
Este ano foram dois jantares simultâneos em duas cidades distintas: Lisboa e Barcelona.
Poderão dizer que somos um grupo estranho, mas se tivessem tido a sorte de conhecer o João, também acabariam por pertencer ao nosso grupo.
Em Lisboa éramos 5 e em Barcelona juntaram-se 14 amigos.
O Paco de Barcelona escreveu este lindo poema:

LA SILLA DEL FONDO NO ESTA VACIA
...pareciera que al final de la mesa solo hubiera una silla vacia, dejando asi adivinar las ultimas luces del horizonte a través de la ventana…
…sin cortinajes que lo impida se abre ante nuestros ojos los azules del cielo de LISBOA y acercandome mas compruebo que una tenue niebla me engañaba…
…”la silla del fondo no esta vacia”, la ocupa la fina transparencia de un alma afable y amiga…
…es la tuya mi querido JOAO que lejos de parecer lejana con el paso de estos últimos años se presenta mas cristalina que nunca…ocupando un hueco que no es tal…
…no,la silla del fondo no esta vacia como tampoco lo están nuestros corazones en el recuerdo hacia ti…
…FELIZ CUMPLEAÑOS! querido amigo y un beso de todos…

sexta-feira, 2 de julho de 2010

"As Memórias de Randa a Trans"

Randa, a libanesa transexual, uma das pioneiras do movimento Transgender Underground do mundo árabe, lançou as suas memórias, numa ousadia sem precedentes, narrando a sua luta para se tornar uma mulher contra todas as probabilidades.
"Mouzakarat Randa al-Trans" ou "As Memórias de Randa a Trans”, é uma narrativa brutalmente honesta que traça as batalhas de Randa com a família, com a sociedade, o país, a  religião e os abusos na sua Argélia natal.
O livro de 144 páginas lançado este ano em Beirute, revela detalhes da vida de Randa, desde a infância como macho, até à sua primeira experiência sexual com um homem, e as consequências da sua escolha em viver como um homem mulher transexual.
"Houve um momento em que coloquei dois frascos de comprimidos na minha cómoda e sabia que tinha uma escolha", disse Randa, cujo nome era Fuad quando nascimento.
"Eu poderia morrer agora, tomando o frasco inteiro de medicamentos, ou começar no frasco de hormonas e viver como uma mulher e com a possibilidade de que poderia morrer nas mãos de alguém."
Insistentes ameaças de morte no ano passado obrigou-a deixar sua terra natal e, com o visto expirado Europeu e amigos na cidade próxima de Beirute, no Líbano, parecia a escolha óbvia.
"Eu vinha recebendo ameaças há algum tempo", disse ela. "A segurança geral na Argélia tinha feito um processo sobre mim, e eu tinha sido "avisada" por determinados grupos islâmicos.
"Em abril último, foi-me dado um ultimato de 10 dias: ir embora ou ser morta".
Magra e de voz suave com longos cabelos escuros, Randa vive hoje como uma mulher em Beirute, onde ela está se preparando para completar o processo cirúrgico que irá transformá-la em fêmea.
Embora a lei libanesa criminalize relações do mesmo sexo, não faz menção à cirurgia de mudança sexual.
E, embora os valores patriarcais ainda imperem sobre este pequeno país mediterrâneo oriental, a sociedade relativamente tolerante de Beirute e a reputação astral dos médicos libaneses têm encorajado as pessoas de diferentes orientações sexuais e identidades buscar refúgio nesta vibrante cidade.
"As pessoas perguntam mas por que é que alguém iria desistir dos privilégios que os homens têm e ser classificado ainda pior que as mulheres que nasceram mulheres?", disse Randa.
"Precisamos fazer as pessoas entenderem, que a palavra transexual não é sobre sexo e não sobre o prazer" acrescentou. "É sobre identidade".
Enquanto o Irão pune a conduta homossexual com a execução, na repúiblica islâmica a mudança de sexo é permitida por decreto religioso, famosa por ter a maior taxa de cirurgias de mudança de sexo depois da Tailândia.
Um cirurgião estima que uma em 50 mil pessoas no Líbano tem algum grau da síndrome de transtorno de identidade de género, ou descontentamento com o seu sexo biológico
Cada vez mais pessoas vêm ao Líbano para essas cirurgias porque a lei não o proíbe e o sector médico é altamente respeitado.
Para Randa, que rindo recusou a revelar a sua idade, admitindo ter "30 e poucos anos", a aprovação da família esteve fora de questão.
"M
"O que tenho eu a perder se a sociedade me rejeita?"
"Às vezes quero desistir e ir embora, mas eu sei que se eu sair, eu vou voltar".
"A liberdade nunca lhe é dada" acrescentou. "Você tem de chegar lá e agarrá-la, às vezes,  não importando os riscos".
"E agora nós não podemos parar de lutar".

quinta-feira, 1 de julho de 2010

O Novo Racismo


A intolerância religiosa é o novo racismo e uma das principais causas de perseguição das minorias em todo o mundo, de acordo com o relatório anual da Internacional Minority Rights Group. 
Muitas comunidades que enfrentam a discriminação racial durante décadas estão agora a ser alvo por causa de sua religião.
O relatório assinala que os muçulmanos têm sido cada vez mais um alvo por parte das autoridades na Europa e nos Estados Unidos, como parte das medidas contra o terrorismo.
As restrições aplicadas aos cidadãos de 14 países em que 13 deles são de maioria muçulmana, sublima o relatório, que também destacou a forma como os grupos religiosos podem ser o foco das campanhas nacionalistas como na Suíça onde os eleitores escolheram um referendo para proibir a construção de novos minaretes, depois de uma campanha feita por um partido de extrema-direita.
Enquanto isso no Iraque e Paquistão, que estão na linha de frente da chamada "guerra ao terror", ataques contra minorias religiosas também têm aumentando nos últimos anos, diz o relatório.
O relatório aponta grupos religiosos no Iraque, como cristãos, midianitas, Baha'i e Yezidis, que se tornaram alvos de violência desde a invasão liderada pelos EUA, em 2003.
E no Paquistão, os talibãs têm como alvo os cristãos que atacam através de assassinatos, tortura, conversões forçadas e queima de igrejas.
Outra discriminação ocorre através de esquemas públicos de registo para grupos religiosos, uma prática usada no Azerbaijão, Bielorussia, Cazaquistão, Sérvia, Turquemenistão e Uzbequistão desde 2001.
No Egipto, todos os documentos de identificação devem mencionar a filiação religiosa, mas a escolha é limitada ao Islamismo, Cristianismo e Judaísmo. Isto significa que os Baha'i não conseguem obter documentos de identificação e, portanto, não podem trabalhar ou ter acesso a cuidados de saúde.