Já fui a Marrocos 3 vezes: uma em excursão e duas de carro. Espero repetir pois é um país que nos marca pelas suas belas paisagens, diferentes cheiros, música agradabilíssima e o cuscus que gosto tanto.
Mas principalmente aprecio a gentileza dos marroquinos prontos para ajudar, apesar de haver sempre algo comercial no contexto geral do contacto. São pessoas por um lado com muita apetência para o negócio, falando várias línguas sem terem recorrido a qualquer formação, mas por outro lado muito ingénuas em assuntos que desconhecem, devido à sua baixa escolaridade. Segundo informação da UNDP - United Nations Development, a literacia nos países muçulmanos é de cerca de 40%.
Recordo um dia em que houve um eclipse parcial do Sol e já a contar em ver o fenómeno, tinha levado comigo uns óculos especiais para o efeito, adquiridos numa farmácia. A dada altura, os empregados do Hotel ao verem-me com aqueles óculos, curiosos aproximaram-se. Expliquei o fenómeno e emprestei os óculos para que o vissem. Ficaram espantados quando olhavam o sol com eles postos e logo os tiravam mirando-os de ambos os lados a ver se encontravam algum truque, oferecendo-se de imediato a compra-los.
Em muitas cidades que percorri, principalmente as mais pobres, notei falta de infraestruturas básicas de saneamento, iluminação e outras. Como o poder de compra é muito baixo, grande parte das lojas não têm grande apresentação nem atractivo.
A sua cultura é muito virada para a família e apesar de muçulmanos, muitos já se distanciaram das suas obrigações religiosas, mas continuam a respeitar o Corão. Para os marroquinos, a família é o melhor bem que possuem, demonstrando uma enorme felicidade quando falam dos seus filhos. O papel das mulheres em Marrocos continua secundário mas mesmo assim, para um país islâmico, a sua libertação às tradições e costumes que a inferiorizam, tem vindo a acontecer.
O trabalho infantil é um problema que existe sem fim à vista. Uma ocasião entrei numa loja de tapetes e numa sala contígua encontrei meninas com menos de 10 anos que não largavam o tear no qual teciam um tapete. Com algum receio consegui tirar uma fotografia, mas logo fui vista por um dos funcionários que foi algo agressivo. A minha reacção imediata foi sair dali o quanto antes ignorando-o, e dizer adeus às crianças que por instantes tinham largado o tear, pela curiosidade de estarem a ser fotografadas.
Casablanca, localizada junto ao oceano Atlântico, é das cidades mais bonitas de Marrocos que visitei. Já foi portuguesa durante 47 anos (1468-1515). Conhecida talvez mais pelo impacto eterno que o filme Casablanca provocou, mas também pela sua imponente Mesquita Hassan II, que possui um minarete de 210 metros o mais alto do mundo, visível até de quilómetros de distância.
Também tive a sorte de ver o Rei Mahomed VI no seu bruto Mercedes. Reparei que o povo adora aquele homem pelas manifestações de afecto que observei, com gritos, cantares e bater de palmas ritmados, para saudá-lo.
Aqui vai um filme, para dar ambiente e imaginarmo-nos em viagem por aquelas terras maravilhosas
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