Sou o Sol que brilha iluminando os campos,
leito de rio condenado, por aqueles que secaram meus olhos.
Voz muda dos que ficaram calados,
p'ra que falasse por eles.
Lágrima cristalizada, dos que choraram na terra,
p'ra que eu colhesse por eles
os frutos do amor estéril,
do teu corpo verde de pétalas estendidas.
Sou a agonia daqueles que acabaram, suicidando-se,
p'ra que eu sofresse por eles.
Sou descendente daqueles que se odiaram,
p'ra que amasse por eles,
polinizado daqueles, cuja espécie extinguiu,
p'ra desabrochar para ti,
que tal como eu, és uma flor mortal.
Poeta: Paulo
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