A homossexualidade é vista pela igreja como um problema, porque provoca rupturas na ligação real da sexualidade e procriação e vai consequentemente de encontro à natureza.
Apesar de provas em contrário, para muitas pessoas a homossexualidade é ainda uma doença com as seguintes origens:
-Psicológicas: perturbação no desenvolvimento da personalidade devido a um contexto familiar inadequado, que normalmente se estende ao período da adolescência. Uma mãe castradora, por exemplo, facilitaria o aparecimento da homossexualidade masculina e, por sua vez, aquela ausente predisporia a orientação homossexual feminina.
A partir da década de sessenta, testes médicos e psicológicos foram realizados por conceituadas universidades e centros de pesquisa que concluiram não existirem dados científicos capazes de defini-la como um problema de saúde. Finalmente, em 1974, a Associação Americana de Psiquiatra retirou a homossexualidade do seu código de patologias que passou a ser considerada como uma alternativa de expressão sexual, tendo posteriormente, quase todos os países acompanhado esta iniciativa.
A homossexualidade passou a ser definida como preferência sexual a fim de rebater a psiquiatria tradicional que a considerava como uma perversão ou desvio. Em todo o caso, pode-se designar homossexualidade como a atracção sexual, emocional e afectiva de pessoas de um género por pessoas do mesmo género.
A homossexualidade não deixa de ser extraordinária pois já conheci na mesma família dois irmãos homens que tinham dois primos direitos todos homossexuais, assim como noutra família um casal de irmãos, homem e mulher, ambos homossexuais.
Estatísticas revelam que a homossexualidade existe, em cerca de 4% para os homens e 2% para as mulheres, mas pessoalmente considero que estas percentagens estão muito aquém e acredito que sejam superiores. Ao frequentar a vida nocturna e, ao passearmos por bares e discotecas, verificando o comportamento das pessoas, tiramos muitas conclusões àcerca das suas preferências sexuais.
Há alguns anos conheci o primeiro travesti português de seu nome artístico Diva Corleoni e de nome real António. Era um homem extraordinário que me levou a conhecer a noite gay de Lisboa. Conheci o bar-discoteca Finalmente, no Príncipe Real, em que os espectáculos eram fabulosos, de homens envergando belos vestidos e perfeitas maquilhagens transformando-se em divas da canção, com imitações magistrais das cantoras Shirley Bassey, Barbara Streisand, Lisa Minelli e outras.
Este espaço, particularmente durante a tarde e antes do início dos shows, tinha um ambiente muito bas fond em que assisti a “namoros” entre homens casados que chegavam dos seus empregos e rapazes que se encontravam ali para se prostituirem. Conheci também a discoteca Trumps, a discoteca Brick, o bar 106, o restaurante Os Balões e outros. Estes espaços apresentavam-se sempre na lotação máxima, com poucos como eu a frequentá-los, por isso concluo que a percentagem de homossexuais é muito superior à divulgada.
Também durante alguns anos, frequentei o Festival de Cinema Gay que me ajudou a compreender as diferenças em todos nós. Especialmente o realizador espanhol Pedro Almodovar realizou filmes excelentes, onde retrata a vida e os problemas reais por que passam os homossexuais.
Pessoalmente atrevo-me a opinar, pela convivência com alguns amigos com esta preferência sexual, que o homossexual é em parte o homem ideal, no sentido de serem mais sensíveis a pormenores que o heterossexual nem repara. Esses meus amigos, não deixando de serem muito masculinos, não se inibem de executar qualquer tarefa caseira por tradição atribuida à mulher e que o heterossexual recusa realizar por algum egoísmo e talvez ainda machismo.
Ao que se sabe, conta a história de Portugal, tivemos dois reis homossexuais:
· D. João VI, que detestava a esposa D. Carlota Joaquina, ficou para a história como homossexual, pois segundo testemunhos da época, tinha uma relação privilegiada com um camareiro a quem tratava por “meu amor”.
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