Tenho um caderno velhinho velhinho, já meio amarelado do tempo, no qual uma tia avô de minha mãe foi compilando e colando recortes tirados de jornais e revistas da época.
Estes recortes com ideias e conselhos práticos do século passado, dão-nos a oportunidade de voltarmos aos hábitos antigos e já esquecidos de diversos métodos simples de limpeza, restauro e outros, utilizando ingredientes caseiros de que ninguém já se lembra.
Nesse tempo acho que se percebia mais de química. Para se comprar estes ingredientes recorria-se às Drogarias e faziam-se milagres. Pensando bem, se voltássemos a utilizá-los de certo estaríamos a contribuir para um planeta mais saudável.
Aqui transcrevo alguns desses conselhos práticos, tal como vêm escritos:
Um processo para copiar desenhos
Extracto de ferro amoniacal ....... 40 gr.
Prussiato vermelho de potássio ... 40 gr.
Água distilada .......................750 gr.
Impregne desta solução o papel onde se quiser reproduzir o desenho, coloque êste sôbre o papel, o qual deverá ser coberto com uma chapa de vidro.
Ao cabo de 15 a 20 minutos de exposição ao sol as linhas do desenho ficam brancas, em fundo azul ferrête.
Lava-se depois o papel em água, para eliminar os restos do reagente empregado.
Como se torna o calçado impermeável
Cebo.................................... 250 gr.
Banha de pôrco ...................... 125 gr.
Cêra amarela ........................ 65 gr.
Essência de terebentina ........... 65 gr.
Azeite de oliveira .................. 65 gr.
Incorpore estas substâncias em fôgo brando. Aplique com um pincel.
Cola para vidro
Aplicar uma solução concentrada de 5 partes de gelatina e 1 parte de bicromato de potassa. Unir os fragmentos e expôr à luz.
Higrómetro curioso
Immerja papel mata-borrão branco no seguinte: clorido de cobalto-10 partes; sal comum-5 partes; clorido de cálcio-1 a 2 partes; gôma arábica-2 a 5 partes. Dissolva tudo em 30 partes de água. Tire o mata-borrão e deixe secar. As diferenças de temperatura, actuando no papel, dão os resultados seguintes:
Houve um período da minha vida, por volta dos 18 anos, em que me senti como que perdida, desconhecendo exactamente o rumo que deveria tomar. Resultou que estupidamente e nem sei porquê desisti de estudar e essa decisãoacabou por afectar-me psicologicamente, sofrendo grande ansiedade com consequente perda de auto-estima, tendo-me isolado socialmente pela vergonha e pela tremenda desilusão que provoquei aos meus pais. A ansiedade e o nervosismo afectaram-se de tal forma que nessa altura emagreci demasiado e em muito pouco tempo. Cheguei a pesar cerca 45 Kg para a minha altura de 1,74 m.
Consegui sair desse estado, a que ninguém nem os médicos davam particular atenção, cerca de uma década depois. Penso que sofri de anorexia nervosa, mas com algumas diferenças, porque não passei por alguns dos problemas típicos dessa doença, tal como a preocupação com as dietas.
Os problemas, que na realidade vivi e coincidem com alguns da anorexia, foram:
Perda de apetite, originando perda de 30% do meu peso original
Amenorreia
Uso de roupa larga ou em várias camadas para esconder a perda de peso
Isolamento social
Dificuldade em concentrar-me
Sensibilidade ao frio
Pressão arterial muito baixa
Hipoglicemia
Fraqueza generalizada
Queda acentuada de cabelo
Segundo os entendidos: "A anorexia nervosa é mais frequente entre as pessoas do sexo feminino (95% dos anorécticos são mulheres) e normalmente tem início durante a adolescência. O indivíduo típico que sofre de anorexia nervosa é um adolescente do sexo feminino de elevado desempenho e uma das características destas pessoas com anorexia nervosa é a tendência para o perfeccionismo e dificuldade de adaptação a mudanças.
Trata-se de um distúrbio alimentar que resulta da preocupação exagerada com o peso corporal, que pode provocar problemas psiquiátricos graves. A pessoa que se olha no espelho e, embora extremamente magra, vê-se obesa e, com medo de engordar, exagera na actividade física, jejua, vomita, toma laxantes e diuréticos.
A anorexia nervosa, por ser uma doença com raízes psicológicas, é difícil de ser tratada. Uma vez diagnosticada, o anoréxico passa por terapia individual, terapia em grupo e terapia familiar. Como a negação do problema é frequente, médicos, terapeutas e familiares precisam ser pacientes enquanto motivam o anoréxico na sua recuperação."
Nunca me senti discriminada pela magreza extrema. O único pormenor perturbador era a minha altura por ter dificuldade em encontrar roupa que me servisse. Havia o lado divertido de poder passar por estrangeira, porque quando entrava nas lojas os empregados muitas vezes atendiam-me falando inglês ou francês.
Encontrei este filme. Faz-nos pensar que esta doença repentinamente pode ser despoletada até nas pessoas que parecem ter tudo: beleza, sucesso e dinheiro.
Já fui a Marrocos 3 vezes: uma em excursão e duas de carro. Espero repetir pois é um país que nos marca pelas suas belas paisagens, diferentes cheiros, música agradabilíssima e o cuscus que gosto tanto.
Mas principalmente aprecio a gentileza dos marroquinos prontos para ajudar, apesar de haver sempre algo comercial no contexto geral do contacto.São pessoas por um lado com muita apetência para o negócio, falando várias línguas sem terem recorrido a qualquer formação, mas por outro lado muito ingénuas em assuntos que desconhecem, devido à sua baixa escolaridade. Segundo informação da UNDP - United Nations Development, a literacia nos países muçulmanos é de cerca de 40%.
Recordo um dia em que houve um eclipse parcial do Sol e já a contar em ver o fenómeno, tinha levado comigo uns óculos especiais para o efeito, adquiridos numa farmácia. A dada altura, os empregados do Hotel ao verem-me com aqueles óculos, curiosos aproximaram-se. Expliquei o fenómeno e emprestei os óculos para que o vissem. Ficaram espantados quando olhavam o sol com eles postos e logo os tiravam mirando-os de ambos os lados a ver se encontravam algum truque, oferecendo-se de imediato a compra-los.
Em muitas cidades que percorri, principalmente as mais pobres, notei falta de infraestruturas básicas de saneamento, iluminação e outras. Como o poder de compra é muito baixo, grande parte das lojas não têm grande apresentação nem atractivo.
A sua cultura é muito virada para a família e apesar de muçulmanos, muitos já se distanciaram das suas obrigações religiosas, mas continuam a respeitar o Corão. Para os marroquinos, a família é o melhor bem que possuem, demonstrando uma enorme felicidade quando falam dos seus filhos. O papel das mulheres em Marrocos continua secundário mas mesmo assim, para um país islâmico, a sua libertação às tradições e costumes que a inferiorizam, tem vindo a acontecer.
O trabalho infantil é um problema que existe sem fim à vista. Uma ocasião entrei numa loja de tapetes e numa sala contígua encontrei meninas com menos de 10 anos que não largavam o tear no qual teciam um tapete. Com algum receio consegui tirar uma fotografia, mas logo fui vista por um dos funcionários que foi algo agressivo. A minha reacção imediata foi sair dali o quanto antes ignorando-o, e dizer adeus às crianças que por instantes tinham largado o tear, pela curiosidade de estarem a ser fotografadas.
Casablanca, localizada junto ao oceano Atlântico, é das cidades mais bonitas de Marrocos que visitei. Já foi portuguesa durante 47 anos (1468-1515). Conhecida talvez mais pelo impacto eterno que o filme Casablanca provocou, mas também pela sua imponente Mesquita Hassan II, que possui um minarete de 210 metros o mais alto do mundo, visível até de quilómetros de distância.
Também tive a sorte de ver o Rei Mahomed VI no seu bruto Mercedes. Reparei que o povo adora aquele homem pelas manifestações de afecto que observei, com gritos, cantares e bater de palmas ritmados, para saudá-lo.
Aqui vai um filme, para dar ambiente e imaginarmo-nos em viagem por aquelas terras maravilhosas
Há quem defenda que a energia nuclear é a menos poluente e os riscos associados são menores pois não emitem CO2, nem provocam doenças respiratórias ou cancerígenas comparativamente às outras energias.
Com os sistemas de segurança actuais e medidas implementadas sujeitas a rigoroso controlo criados para proteger as populações, efectivamente comprovam que desde 1986, ano do desastre em Chernobyl, não houve qualquer outro problema trágico idêntico.
Estudos feitos comprovam que se toda a energia que uma família gasta em sua casa durante um ano proviesse de energia nuclear, os resíduos que produziriam seriam equivalentes em tamanho a uma bola de golf.
O excesso populacional obriga a outras formas de energia e as energias renováveis, obtidas de fontes naturais capazes de se regenerar por meios naturais, poderão não ser suficientes para uma população mundial de 6000 milhões de pessoas.
Existem as seguintes energias renováveis:
• Solar - gerada pela luz do sol;
• Eólica - gerada pela acção do vento;
• Mareomotriz - gerada a partir do movimento das ondas e das marés;
• Geotérmica - que se obtém do interior da Terra consistindo no aproveitamento de águas quentes e vapores para a produção de electricidade e calor;
• Hidrogénio – que se obtém da combinação do hidrogénio com o oxigénio produzindo vapor de água e libertando energia que é convertida em electricidade;
• Hidroeléctrica - energia que se produz em barragens construídas em cursos de água, e
• Biomassa - que se obtém durante a transformação de produtos de origem animal e vegetal para a produção de energia calorífica e eléctrica. Na transformação de resíduos orgânicos é possível obter biocombustíveis, como o biogás, o bioálcool e o biodiesel.
No entanto, acho irónico quererem que a população adira às energias renováveis quando as mesmas em Portugal estão a valores incomportáveis. Mesmo com taxas de juro especiais e benefícios fiscais serão precisos muitos anos para se reaver o investimento feito.
E depois o salário mal chega para as obrigatoriedades base de que não podemos fugir, nomeadamente:
- Segurança Social
- Finanças - IRS
- Finanças - IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis)
- Finanças - IVA
- SMAS - Tarifa de Conservação de Esgotos
- SMAS - Conta Saneamento Ambiental (Saneamento Fixo e Saneamento Variável)
- SMAS - Conta Resíduos (Recolha Lixo Fixo e Recolha Lixo Variável)
- SMAS - Tarifa Fixa de Água ou Quota Disponibilidade (ex aluguer do contador)
- EDP - Potência Contratada
- EDP - Taxa Exploração DGGE
- EDP - Contribuição Áudio-visual
- Imposto Único de Circulação
- Seguro Automóvel
- Gás Natural - Termo Fixo (ex aluguer do contador)
- Etc, etc, etc...
Sermos os pobres da Europa é o nosso fado e se a pobreza não nos mata... não é desgraça ser pobre
Ser africano no nosso país é automaticamente não ser aceite pela generalidade da população. São sempre os acusados em primeira mão pelos problemas de criminalidade existentes. Não sei se por nosso complexo pelo insucesso da colonização portuguesa em África mas, mais facilmente um proveniente dos países do leste da Europa ou do Brasil é contratado por uma empresa do que um africano, porque as suas competências mesmo com a apresentação de diplomas e experiente curriculum, são sempre postas em causa.
O facto de ter coabitado com um guineense fez-me compreender os problemas e dificuldades por que passam estas minorias, sentir empatia e concluir que apesar disso aprenderam a suportá-las com dignidade. Em diversas ocasiões e na sua companhia pude aprender pela experiência o que é viver situações constrangedoras que me revoltaram de facto, como quando tivemos um acidente de automóvel provocado por outro automobilista em que o próprio polícia teve uma postura de acusação imediata só pela côr de pele do meu companheiro. Mais tarde ao remetermos o acidente a tribunal, confirmou-se a responsabilidade do outro automobilista, talvez porque nos papéis não existem cores de pele.
Os estereótipos muitas das vezes preconceituosos representam uma falsa imagem social, seja das mulheres, homossexuais, estrangeiros e outros que são objecto de discriminação no trabalho, na família e na sociedade.
Torna-se ainda mais inadmissível quando é a própria comunicação social a passar essa ideia através da publicidade e reportagens jornalísticas, não ajudando à mudança de mentalidades e atitudes em relação à igualdade a que todos temos direito em todos os domínios da vida social.
Observamos que a comunicação social muitas das vezes em vez de contribuir para a mudança de atitudes e mentalidades na sociedade, pelo contrário exibe programas que atentam contra o respeito da dignidade das mulheres ou outras pessoas alvo, e incentiva práticas discriminatórias.
Deveriamos ter a sensatez e sensibilidade em evitar que essas exibições fossem assistidas por crianças, que sem uma mente estruturada absorvem negativamente esses preconceitos, e, podemos lembrar-nos do assassinato de um transsexual, provocado por jovens que com ideias discriminatórias que absorveram, não tiveram na sua atitude o mínimo respeito pela vida humana.
E SE TUDO MUDÁSSE E NÓS BRANCOS PASSÁSSEMOS A SER OS DISCRIMINADOS
ACONSELHO ESTE DOCUMENTÁRIO, INTERESSANTÍSSIMO, SOBRE AS MUDANÇAS QUE ESTÃO A ACONTECER NA ÁFRICA DO SUL.
Passou a ser assunto incomodativo no momento que agora são os brancos a sofrer na pele aquilo por que passaram e passam os negros
O avanço da medicina tem como resultado uma velhice adiada, principalmente nesta era de culto da beleza jovial e do novo, originando uma alteração nos comportamentos a ponto de assistirmos na última década ao milagre da maternidade em mulheres de idade avançada.
A velhice, a acentuação do processo degenerativo do corpo, é um período dramático da vida em que se vão perdendo faculdades tanto mentais como físicas, devendo ser tremendamente perturbador à pessoa que as vive e tem noção da sua diminuição crescente.
O facto de alguém se tornar dependente de familiares para simples tarefas em que se vêm senão como fardos, dá lugar a depressões em que os idosos perdem completamente a vontade de viver. Nessas alturas muitas famílias ou porque trabalham e não têm tempo para se dedicarem ao familiar idoso, que não dá senão trabalho, resolvem os seus problemas internando-o num Lar, onde ali ficam depositados até ao fim dos seus dias sem qualquer actividade que os mantenha interessados no dia de amanhã.
A velhice é o culminar da vida vivida, o fim do futuro, a recta final e este conceito errado faz-me lembrar um programa que deram num canal de TV, sobre uma fábrica nos EUA que tinha recentemente imenso sucesso no mercado, com uma carteira de encomendas significativa.
Ao entrevistarem o gerente da fábrica foi surpreendente saber que ao fim de alguns anos de labuta fabril em que tendo funcionários jovens a fábrica não evoluía, porque não conseguia produzir as encomendas atempadamente devido à irresponsabilidade e ao absentismo do pessoal, a juntar à sua pouca produtividade. Para solucionar o problema o gerente resolveu despedir todos os funcionários e contratar idosos alguns já reformados há anos. O exemplo de que esse gerente mais se orgulhava, era da sua secretária uma senhora com perto de 80 anos, que sem medo foi obrigada a utilizar o computador pela primeira vez e era duma eficiência extraordinária.
Nenhum desses funcionários “novos” faltavam e de tal maneira interessados no trabalho que executavam, como prova de que ainda eram válidos, a fábrica passou a produzir mais e efectuar as entregas das encomendas nas datas acordadas.
Por cá temos o bom exemplo de muitos idosos que recusando a velhice como o fim de tudo, ingressam em actividades como o regresso aos estudos, trabalho de voluntariado e lazer.
A homossexualidade é vista pela igreja como um problema, porque provoca rupturas na ligação real da sexualidade e procriação e vai consequentemente de encontro à natureza.
Apesar de provas em contrário, para muitas pessoas a homossexualidade é ainda uma doença com as seguintes origens:
- Biológicas: causas endócrinas e genéticas (inclusive cromossómicas)
-Psicológicas: perturbação no desenvolvimento da personalidade devido a um contexto familiar inadequado, que normalmente se estende ao período da adolescência. Uma mãe castradora, por exemplo, facilitaria o aparecimento da homossexualidade masculina e, por sua vez, aquela ausente predisporia a orientação homossexual feminina.
A partir da década de sessenta, testes médicos e psicológicos foram realizados por conceituadasuniversidades e centros de pesquisa que concluiram não existirem dados científicos capazes de defini-la como um problema de saúde. Finalmente, em 1974, a Associação Americana de Psiquiatra retirou a homossexualidade do seu código de patologias que passou a ser considerada como uma alternativa de expressão sexual, tendo posteriormente, quase todos os países acompanhado esta iniciativa.
A homossexualidade passou a ser definida como preferência sexual a fim de rebater a psiquiatria tradicional que a considerava como uma perversão ou desvio. Em todo o caso, pode-se designar homossexualidade como a atracção sexual, emocional e afectiva de pessoas de um género por pessoas do mesmo género.
Cada vez mais se entende que esta orientação sexual, não é uma questão de escolha, ou seja, não se escolhe ser homo, hetero ou bissexual. É-se, apenas e tão só, embora permaneçam desconhecidas as causas desta preferência. Anos atrás, sobre este assunto, questionei alguns amigos homossexuais que de facto me confirmaram, desde as suas primeiras lembranças de infância, sentirem-se diferentes, reconhecendo terem começado a sentir atracção física por amigos do mesmo sexo por volta dos nove anos.
Existem várias teorias científicas que definem a homossexualidade como não sendo um vício nem uma variante cultural, assentando numa base estrutural existente no sistema nervoso central, em que as diferenças ocorrem na fase embrionária, apesar de existir a possibilidade complementar que é a predisposição genética, transmitida aos filhos por via materna.Também em 1991 surgiu um estudo polémico sobre um "gene gay" baseado num grupo de células no hipotálomo cerebral, que é duas vezes maior em homens heterossexuais do que em gays.
A homossexualidade não deixa de ser extraordinária pois já conheci na mesma família dois irmãos homens que tinham dois primos direitos todos homossexuais, assim como noutra família um casal de irmãos, homem e mulher, ambos homossexuais.
Estatísticas revelam que a homossexualidade existe, em cerca de 4% para os homens e 2% para as mulheres, mas pessoalmente considero que estas percentagens estão muito aquém e acredito que sejam superiores. Ao frequentar a vida nocturna e, ao passearmos por bares e discotecas, verificando o comportamento das pessoas, tiramos muitas conclusões àcerca das suas preferências sexuais.
Há alguns anos conheci o primeiro travesti português de seu nome artístico Diva Corleoni e de nome real António. Era um homem extraordinário que me levou a conhecer a noite gay de Lisboa. Conheci o bar-discoteca Finalmente, no Príncipe Real, em que os espectáculos eram fabulosos, de homens envergando belos vestidos e perfeitas maquilhagens transformando-se em divas da canção, com imitações magistrais das cantoras Shirley Bassey, Barbara Streisand, Lisa Minelli e outras.
Este espaço, particularmente durante a tarde e antes do início dos shows, tinha um ambiente muito bas fond em que assisti a “namoros” entre homens casados que chegavam dos seus empregos e rapazes que se encontravam ali para se prostituirem. Conheci também a discoteca Trumps, a discoteca Brick, o bar 106, o restaurante Os Balões e outros. Estes espaços apresentavam-se sempre na lotação máxima, com poucos como eu a frequentá-los, por isso concluo que a percentagem de homossexuais é muito superior à divulgada.
Também durante alguns anos, frequentei o Festival de Cinema Gay que me ajudou a compreender as diferenças em todos nós. Especialmente o realizador espanhol Pedro Almodovar realizou filmes excelentes, onde retrata a vida e os problemas reais por que passam os homossexuais.
Pessoalmente atrevo-me a opinar, pela convivência com alguns amigos com esta preferência sexual, que o homossexual é em parte o homem ideal, no sentido de serem mais sensíveis a pormenores que o heterossexual nem repara. Esses meus amigos, não deixando de serem muito masculinos, não se inibem de executar qualquer tarefa caseira por tradição atribuida à mulher e que o heterossexual recusa realizar por algum egoísmo e talvez ainda machismo.
Ao que se sabe, conta a história de Portugal, tivemos dois reis homossexuais:
·D. Afonso VI, que escreveram ter sido talvez o rei mais humilhado da nossa história, por não ter cumprido o seu papel de dar um sucessor ao reino. Foi sujeito a todo o tipo de diligências assistidas e vistorias sexuais do mais sórdido, em que literalmente metiam na sua cama mulheres que posteriormente faziam um relato pormenorizado da sua “impotência”, concluindo que o rei “não é para ter ajuntamento com mulher alguma”. Acabou desterrado em Angra do Heroísmo, morrendo mais tarde no Palácio de Sintra com apenas 40 anos, e
·D. João VI, que detestava a esposa D. Carlota Joaquina, ficou para a história como homossexual, pois segundo testemunhos da época, tinha uma relação privilegiada com um camareiro a quem tratava por “meu amor”.
O que fazer quando detestamos o nosso trabalho e quando procuramos outro, estamos acima da idade das exigências que vêm nos anúncios de oferta de emprego.
Sinto-me completamente encurralada, sem perspectivas nem pica para a vida.
Cada vez tenho menos que fazer no escritório e, ser obrigada a permanecer no local de trabalho 8 horas é tortura.
Sempre trabalhei que nem uma danada.
Só uma vez tive baixa por doença por ter caído e ficado com o pé numa lástima. Deram-me 3 dias e tive de ir trabalhar com uma sandália de cada nação.
Nunca falto ou chego atrasada.
Não largo o serviço sem antes ter os assuntos devidamente encaminhados e não a meio dos trabalhos para ter de começar tudo de novo no dia seguinte.
Tenho o meu trabalho em dia e bem organizado pois nunca amontoo os assuntos e trato-os com celeridade.
Não sou apologista das siglas que são prática corrente da grande maioria dos trabalhadores:
PTT – para tratar com o tempo
PQP – para quando puder
TT – temos tempo
Puxa, alguém por aí precisa de uma secretária/administrativa competente?
Estou a desesperar e começo também a odiar Lisboa pelo seu tráfego infernal, que nos esmorece logo pela manhã.
Sou o Sol que brilha iluminando os campos,
leito de rio condenado, por aqueles que secaram meus olhos.
Voz muda dos que ficaram calados,
p'ra que falasse por eles.
Lágrima cristalizada, dos que choraram na terra,
p'ra que eu colhesse por eles
os frutos do amor estéril,
do teu corpo verde de pétalas estendidas.
Sou a agonia daqueles que acabaram, suicidando-se,
p'ra que eu sofresse por eles.
Sou descendente daqueles que se odiaram,
p'ra que amasse por eles,
polinizado daqueles, cuja espécie extinguiu,
p'ra desabrochar para ti,
que tal como eu, és uma flor mortal.
Quando os meus pais eram jovens, candidataram-se às casas do Bairro Social do Restelo, cuja condição essencial era um agregado familiar de 5 filhos tendo-lhes sido atribuída uma vivenda geminada com uma renda mensal de 800$00 (4€), quando o meu pai ganhava cerca de 1800$00 (9€).
Nos anos quarenta/cinquenta, as medidas de expansão urbanística de Lisboa, que se encontrava em franco crescimento, lançadas pelo Estado Novo, traduziram-se na construção de novos bairros residenciais ou seja locais de habitação a custos controlados, destinados a casais jovens da classe média com probabilidades de um futuro promissor que lhes permitiria a continuação do pagamento da casa, que no futuro lhes pertenceria.
Assim, acabei por nascer no Bairro Económico do Restelo, concebido em 1940 pelo Arquitecto Faria da Costa.
Foi um dos bairros construídos em Lisboa que obedeciam a projectos tipo de arquitectura e mais tarde este bairro foi dotado de um Centro Comercial na Rua Duarte Pacheco Pereira, considerado o primeiro da capital.
O conceito de bairro social era diferente do actual.
Noutros tempos, as casas eram preservadas e sujeitas a melhoramentos na sua construção pelos próprios moradores e futuros proprietários, que as estimavam.
Actualmente, o bairro social é composto por habitações adquiridas pelos municípios, de forma a permitir o acesso a uma habitação condigna, a pessoas que evidenciem incapacidade de corresponder às condições necessárias para integrarem noutra modalidade.
Este regime de bairro social funciona através de contratos de arrendamento subsidiados, com rendas compatíveis com a situação económica do agregado familiar.
Lamentavelmente, muitos dos residentes nos bairros sociais forjam a sua situação económica ou mesmo recusam-se a exercer uma profissão, dependendo única e exclusivamente de apoios e subsídios sociais, não se prestando por princípio a conservar a casa onde residem, provocando por vezes e propositadamente a sua degradação.
Podemos tirar o exemplo do bairro Social Quinta da Fonte, em que 90% da sua população vive com o Rendimento Social de Inserção e a maioria nem paga a renda baixíssima da habitação que lhe foi atribuída.
No entanto, chegámos a ouvir nos noticiários um morador reclamando terem-lhe roubado o televisor de plasma, que sabemos são aparelhos de custo avultado.
O sistema actual de bairro social acaba por ter imensas fragilidades, como por exemplo a tendência para a guetização e exclusão social, tipicamente ligada a etnia, segregação e pobreza.
Passei as minhas férias deste ano no quente país africano Guiné-Bissau, pouco antes das eleições presidenciais.
De facto o calor lá é insuportável e, a humidade elevadíssima tirou-me toda a energia que possuía.
Mas é um país lindíssimo, com praias paradisíacas e desertas. Do Arquipélago do Bijagós então nem falo de tão lindo que é. É melhor irem lá e ver pelos próprios olhos.
A Guiné-Bissau é um país pequeno mas cheio de contrastes, por ex. por possuirem cerca de 40 etnias, que distinguem os seus naturais, para além da cultura, nos seus traços físicos. Reparei que as mulheres da etnia Fula são muito bonitas, assim com os homens da zona sul do país, altos e musculados, que não sei a que etnia pertencem.
É uma terra de uma beleza única e de muito calor afectivo.
País pobre, devido à instabilidade política que tem sofrido ao longo dos anos, e altamente corrupto principalmente nos mais importantes poderes. Entristece saber que esses indivíduos que ganham fortunas em negócios escuros, não investem rigorosamente nada na sua pátria.
Pelo que ouvi, os guineenses herdaram a marca que os portugueses deixaram nos serviços públicos, os mesmos só funcionam com um empurrãozinho monetário.
Em muitas cidades encontrei casas lindas do tempo colonial em completa degradação, porque as famílias que as habitam não possuem meios para a sua continuada manutenção.
No ano passado, visitei a cidade de Cacheu, onde se encontra uma fortaleza construída pelos portugueses em 1588 para assegurar a presença portuguesa e dar apoio ao negócio da escravatura. Em 2004 dizem terem sido efectuados trabalhos de recuperação neste forte, em que foram gastos 100.000 € disponibilizados pela UCCLA União das Cidades Capitais de Língua Oficial Portuguesa.
Contudo, pela mão de obra tão barata com ordenados baixíssimos que ganham os trabalhadores guineenses, questiono onde de facto aplicaram esse dinheiro tendo em conta a degradação daquela fortificação, que visitei 4 anos após as ditas obras de recuperação.
Somos todos uns autênticos animais IRRACIONAIS na condução. (Interessante ler o que dizia Fernando Pessoa sobre este tema)
Ninguém se respeita, ninguém dá a vez a ninguém nem que seja por uns centímetros.
Uns pastelam no meio das vias ou à esquerda, completamente ceguinhos surdos e mudos aos protestos dos outros condutores. Quando não fazem gestos obscenos de resposta e ali vão a bater sola todo o caminho.
Outros fazem fintas e slaloms pela estrada fora, o que obriga a travagens bruscas dos que vêm logo a seguir.
Uma autêntica selvajaria.
Hoje como durante o ano todo, à excepção dos meses de verão, para fazer uns píficos 15 Kms demoro 1h30. É inconcebível.
Dirão, porque não apanha os transporte públicos? mas isso ainda é pior, pois fiz a experiência durante uma semana e o tempo foi exactamente o mesmo, para não falar dos percursos longos a pé que ainda tinha de calcorrear.
Por menos 40€ mensais da diferença do passe para a gasolina que gasto, valerá a pena andarmos aos tombos e colados a outros como gado?
Hoje particularmente stressei até dizer chega.
Ainda fiquei mais furiosa porque dei conta que o arranca pára foi sempre motivado por carros mal estacionados ou a ocupar uma das vias, gerando estrangulamentos nas ruas com paragens constantes.
Não vi um único polícia de trânsito desde a zona sul do Parque das Nações, passando pelo Areeiro, Campo Pequeno, Av. de Berna, Praça de Espanha, Benfica até Alfragide.
Se eu fosse polícia, hoje esgotava o bloco das multas. Era limpinho.
Bem, mudando de assunto, encontrei este vídeo de um cómico brasileiro que me fez rir que eu sei lá:
you'll be given love you'll be taken care of you'll be given love you have to trust it
maybe not from the sources you have poured yours maybe not from the directions you are staring at
trust your head around it's all around you all is full of love all around you
all is full of love you just aint receiving all is full of love your phone is off the hook all is full of love your doors are all shut all is full of love!
all is full of love all is full of love all is full of love all is full of love all is full of love
Trabalho na zona sul do Parque das Nações. É um local muito calmo, acolhedor, cheio de esplanadas convidativas e aprazível para a prática de alguns desportos na zona da marina, que finalmente está a ficar arranjada e onde já se encontram alguns barcos atracados.
Neste local, diariamente observo os pequenos espaços verdes a serem cuidados por profissionais e tudo está sempre tão bonito que apetece lá viver.
Calculo que seja a zona de Lisboa onde por habitante há mais lavandarias, centros de estética e restaurantes.
Depois do almoço, damos sempre um pequeno passeio salutar, a ver o rio e os jardins da proximidade, onde a minha colega se diverte a atirar migalhas de pão aos pardais e às carpas no lago.