segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O Natal está quase a chegar

O Natal aproxima-se e já se notam os primeiros pais Natal chineses pendurados nas varandas e janelas. Os de cores debotadas coitados, permaneceram pendurados o ano inteiro ou talvez mais que um.

Lá teremos que comprar umas prendinhas, principalmente para as crianças que ansiosas esperam sempre receber um brinquedo. O pior pior são os preços medonhos dos brinquedos. Coisas em plástico que não valem um chavo mas com uma embalagem altamente atractiva que de seguida vai para o lixo, ficando aquela coisa plástica que estava no seu interior e que se parte em segundos.

Sinceramente não é uma época do ano que aprecie, talvez pelas desilusões na infância por esperar sempre um brinquedo e encontrar uma peça de roupa, um fio de prata, meias ou camisas de noite. Ficava tão triste porque eu era miúda e era assim que me sentia. Enfim...

Depois era a Missa do Galo, uma autêntica tortura para as crianças. Recordo passar parte das missas a cair de sono e frio, naquele Mosteiro dos Jerónimos enorme e lindíssimo e cujos cantos e recantos, pedras trabalhadas e santos tenho bem gravados no meu cérebro, sendo capaz de apontá-los e identificá-los de olhos fechados. A minha mãe é muito religiosa e era assim uma família tradicional portuguesa.

A reunião de família era sempre aquela confusão pois só lá em casa eramos sete. Depois as pessoas crescem e instalam-se os interesses, até nos sobrinhos actualmente em que a irmã e tia mais rica, oportunidade surgida pela profissão, é a que recebe as prendas melhores porque ela também tem a oportunidade monetária de as equivalar.

Depois que o meu pai morreu perdi um pouco o interesse por esta época festiva. Claro que faço o Natal, gosto de cozinhar e do calor da salamandra, de fazer a árvore de Natal, mas já não o sinto da mesma forma. Faltam-me as piadas e graçolas do Engº Amorim, o “senhor marquês” como lhe chamava o meu irmão.


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