Veteranos de guerra japoneses livremente admitiram, em frente a câmaras, terem violado e morto com metralhadoras refugiadas chinesas.
Os livros de história sempre encobriram os crimes cometidos pelo Exército Imperial do Japão durante a Segunda Guerra Mundial.
O documentário da realizadora Matsuoka , exibido em Hong Kong no dia 28 Março, pela primeira vez fora do Japão, tenta ajustar o registo de forma correcta.
Matsuoka não é uma cineasta profissional, mas as ''Memórias de Nanjing'' é inovador com entrevistas de ambos os agressores e as vítimas - uma mulher idosa chinesa chorosa dando detalhes sobre ter sido vítima de violência sexual quando muito jovem, em seguida, um veterano japonês admitia ter gostado de violar.
O antigos soldados até descreveram com detalhe a rotina – segurando em grupo as vítimas, verificando as suas partes íntimas de doenças sexualmente transmissíveis e sorteavam quem seria o primeiro.
Poucos veteranos mostraram qualquer remorso. Dos 250 antigos soldados entrevistados, apenas três lamentaram os seus actos.
As tropas japonesas iniciaram um tumulto em Dezembro de 1937, conhecido no Ocidente como “o estupro de Nanjing'', que muitos historiadores confirmam ter terminado com o massacre de pelo menos 150.000 pessoas e a violação de dezenas de milhares de mulheres em Nanjing.
No Japão existem alguns grupos que negam ter ocorrido qualquer atrocidade, dizendo que o suposto massacre é uma invenção do governo comunista. Mas no início deste ano, um relatório escrito por historiadores japoneses e chineses nomeados pelos seus governos confirmaram que estupros e um massacre tivesse ocorrido.
A realizadora Matsuoka passou mais de uma década entrevistando centenas de vítimas chinesas e veteranos de guerra japoneses. Ela escreveu artigos de jornal, tendo compilado em livros as suas entrevistas, realizou exposições de fotografia que mostram as atrocidades e levou algumas vítimas ao Japão. E aproveitando anos de cuidadosa construção de relacionamento com os veteranos, ela persuadiu alguns deles a falar diante de câmaras.
Ela abraçou uma frustrante causa, muitas vezes impopular e tem sido assediada por aqueles que continuam a negar os assassinatos. Chegaram a protestar em seus eventos e até mesmo terem aparecido na escola onde Matsuoka leccionava.
As manifestações têm diminuído, mas Matsuoka diz que ainda tem de ser cautelosa, tendo-se mudado para um complexo habitacional com guarda.
Apesar disso diz “Eu nunca pensei em desistir”.
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