Linfoma No-Hodgkin

Foto dos anos 70, na Caparica

Hoje a minha irmã (de vermelho) teve a primeira sessão de quimioterapia, que durou umas cinco horas.

Levei-a de manhã cedo ao I.P.O. e às 8:30h foi chamada ao tratamento. 

Apesar de não querer demonstrar, sentia-a muito nervosa. 

As maiores preocupações será a queda do cabelo dentro de poucos dias e saber que dentro de uma semana irá atingir o pico mais baixo das suas defesas, pelo que terá de usar uma máscara.Terá também de ter uma higiene redobrada na lavagem da fruta e legumes, tendo de acrescentar umas gotas de lixívia à água. 

Ninguém a ouve queixar-se, reflexo da nossa educação, em como os meus pais encaravam as doenças como uma situação temporária a que não davam grande importância. Por isso nunca fomos piegas nem hipocondríacos.

Perto das 14:00h  fui buscá-la e vinha toda activa, talvez pensasse que o tratamento a fosse deixar de rastos. Os doentes actualmente já não têm crises de vómito, são medicados para que o tratamento não se torne tão agressivo.

Amanhã cedo irei para a Junqueira-Alcobaça. Terei de apresentar-me na Junta de Freguesia. Como desempregada estou obrigada a isso de 15 em 15 dias e mensalmente terei de apresentar provas em como procuro trabalho. 

Vou gradualmente fazer a mudança. A pouco e pouco levarei as minhas tralhas mais importantes para a Junqueira, e terei de alugar o apartamento onde estou agora ,no qual deixarei alguma mobília e alguns electrodomésticos.

Aqui na Buraca um T2 com 87m2 talvez se alugue por 500€. Será uma ajuda à minha sobrevivência pois não poderei manter as despesas de duas casas.

O meu maior receio é o futuro inquilino deixar de pagar a renda, como tem acontecido ultimamente a muitos senhorios que vêm-se gregos para despejá-los e quando isso acontece, após anos e despesas com advogados, encontram a casa toda escavacada.

Preciso de sorte, vamos ver...