terça-feira, 25 de março de 2014

História misteriosa

Encontrei esta história encantadora há já algum tempo sobre um apartamento parisiense que se manteve fechado durante 70 anos. 

A senhora que lá tinha habitado, deixou Paris antes da segunda guerra mundial ter rompido e nunca mais lá voltou.

Quando ela faleceu aos 91 anos, os herdeiros fizeram um levantamento dos bens e souberam da existência desse apartamento, descobrindo no seu interior uma fortuna em objectos de arte.


Quem entrou no apartamento pela primeira vez depois de tanto tempo passado fez esta descrição:

"Entrando no intocado apartamento, cheio de teias de aranha, foi como entrar no castelo da bela adormecida onde o tempo tinha parado desde 1900.

Havia um cheiro a pó antigo. Entrando debaixo de tectos altos em madeira, passando por um velho fogão a lenha e uma pia de pedra na cozinha,  reparou numa avestruz embalsamada e num brinquedo do Mickey Mouse datado de antes da segunda guerra mundial, bem como num toucador requintado.


Mas o seu coração falhou uma batida quando avistou um deslumbrante quadro de uma mulher num vestido comprido rosa de musselina.



A pintura era de Boldini  e o tema uma bela mulher francesa, que não era se não a antiga musa do pintor, cuja neta foi quem deixou o apartamento inabitado por mais de meio século.

A musa era Marthe de Florian, uma atriz com uma longa lista de admiradores, cujas cartas de amor ardente ela guardou cuidadosamente, envoltas com uma fita e que ainda estavam no local. Entre os admiradores estava o primeiro ministro francês Georges Clemenceau, mas também Boldini.

A pintura era datada de 1898, quando Miss de Florian tinha apenas 24 anos, e o seu preço atingiu €2.1 milhões, um record para o pintor. 

Foi um momento mágico. Podiamos ver que o comprador adorou a pintura. Ele pagou o preço da paixão."


A identidade da neta, assim como a data da morte de Marthe the Florian e o exacto local do apartamento são desconhecidos, devido às leis de protecção de privacidade da França.

Uma história fabulosa envolta em mistério.


domingo, 16 de março de 2014

Próteses artísticas

Hoje, quando folheava uma revista, fiquei seduzida com um artigo que enaltecia o percurso profissional de uma portuguesa residente no Reino Unido, cujo dom é fabricar próteses, a meu ver de beleza inimaginável, como se de peças de arte se tratassem.

Não são se não autênticas jóias, que segundo ela, Sophie de nome, refletem a imaginação, a personalidade e interesses de quem as vai usar.

Penso que para quem perdeu um membro, para além de se perder valiosas capacidades motoras, o estigma social de ser-se diferente e incompleto, é do mais cruel para se viver uma vida inteira. 

Penso que esta será uma opção maravilhosa para psicologicamente tentar diluir esse pesadelo da diferença, mas infelizmente creio que não deverá ser acessível a todos pelo custo elevado que imagino terá.

Deixo aqui algumas fotos tiradas do sítio The Alternative Limb Project que me espantaram pela sua beleza artística.






segunda-feira, 10 de março de 2014

Parabéns pelos 100 anos

Como é possível, ter estado tanto tempo sem vir aqui escrever qualquer coisinha. Até o Google mudou a configuração disto tudo, mas cá cheguei.
O aspecto deste meu blogue não é lá muito agradável, quero eu dizer que não é sofisticado e cheio de informação ou publicidade. Sei que é muito básico, mas apesar disso sempre há quem aqui venha espreitar e isso agrada-me imensamente. 
Obrigada!

A última vez que que aqui escrevi, falei de minha mãe e, para que saibam, a sua boa saúde permitiu-lhe chegar ao seu aniversário de 100 anos no mês passado. Foi um dia muito especial, com missa nos Jerónimos, que atraiu familiares vindos do norte que não víamos há décadas. 

É uma mãe extraordinária a D. Carmen. Segundo ela, se não fossem os joelhos ainda duraria outros 100.
Quero-a comigo por muito tempo.


domingo, 12 de agosto de 2012

A minha mãe

Ela tem 98 anos.
Muitas vezes diz que nunca sonhou viver tanto assim.
Desde há dez anos sente-se aprisionada num corpo que não acompanha a rapidez do seu cérebro. Esquece-se disso e tenta levantar-se rapidamente ou correr, não conseguindo. Serenamente e sempre, ela sorri resignada.
Durante toda a semana anseia pelo Domingo. De manhã apanha um táxi e lá vai ela à missa, sózinha como gosta.

A primeira imagem que tenho retida da minha mãe, foi com dois anos de idade. Recordo vê-la de costas, tocando piano e vestindo um robe verde.
O meu amor por ela é incomensurável.

Foto de 2011

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Avós maternos


Encontrei-me com os meus avós maternos três vezes em toda a minha vida.
Conheci-os pela primeira vez aos 5 anos, mais tarde vi-os aos 8 e por fim aos 12. 
A razão desses encontros espaçados prendia-se pelo facto dos meus avós viverem na região de Braga e, há cerca de 50 anos, uma viagem de Lisboa a Braga demorava cerca de 8 horas. Eram 350 kms de tremenda canseira.
O meu avô António quando novo era o que se chama actualmente de engenheiro agrónomo, e a minha avó Catarina era dona de casa, da qual ainda recordo a sua voz doce.
Ambos faleceram muito velhinhos em perfeita saúde mental, ela perto dos 90 e ele com 94.
Quando jovens eram um casal bonito e quando se casaram, a festa de casamento foi um acontecimento extraordinário na terra, em que ambos românticamente foram transportados para a igreja numa caleche puxada a cavalos brancos, toda decorada com flores e laços da mesma côr.
Hoje, pensei nos meus avós maternos. 

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Visitas que se prolongam

Estou exausta! 
A minha resistência vai em 11 dias de desarrumo e sujidade inusitada, que estão a pôr os meus neurónios em curto circuito. 
Choca-me a falta de sensibilidade e egoísmo extremo de pessoas que se dizem amigas. Não haver o menor cuidado quando em casa alheia, com descuido no asseio mínimo particularmente no WC. Não estou a exagerar quando digo que a sola pega no chão da cozinha. Como é possível isto acontecer de um dia para o outro?
Queixo-me à laia de aviso na esperança de ser entendida para que tenham mais cuidado.
Não entendem?!?
Vão entender quando quiserem voltar e a porta não abrir.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

467 dias depois

Há tanto tempo que não vinha aqui. 
Tanto se passou na minha vida nestes últimos 467 dias. 
Foram mais os baixos que os altos mas vou sobrevivendo sem fazer grandes exigências e sem pressas. 
Os problemas em parte resolveram-se mas um persiste pela famigerada crise que não me deixa vender uma casa de campo. 
Nestes últimos 467 dias, conheci pessoas fabulosas e outras tremendamente interesseiras que me cansam pela insistência. Mas caramba será que ninguém se desenrasca sozinho sem ter de massacrar os outros. 
Sou mais o estilo "bicho do mato" com tendência ao isolamento, mas apesar disso consegui preservar amizades de décadas. Isto das tecnologias de informação facilita imenso e mantém os contactos sempre frescos mesmo que não nos vejamos por anos e anos.
Esta história do isolamento tem muito a ver com os trabalhos que tenho tido, como única funcionária trabalhando completamente sozinha durante horas. 
Acho que vou voltar aqui. 
Gosto de saber que existe sempre alguém que nos lê, mesmo quando não há nada de especial a contar.
No final passamos sempre uma mensagem e que a minha seja sempre benigna que faça que voltem cá para  "ver-me".
Obrigada pelas visitas.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Afegãos reconstroem o que os EUA arrasaram


Antes de depois
Tarok Kalache, uma aldeia no vale de Arghandab no Afeganistão, foi destruída por aviões de guerra norte americanos em 6 de Outubro de 2010, depois de comandantes do exército terem determinado que a aldeia estava a ser usada como base pelos talibãs.
Sem se lembrarem das vidas dos aldeões, a aldeia foi reduzida a pó após terem largado 25 toneladas de bombas.
Em apenas quatro dias, três homens morreram e vinte ficaram feridos.
O governo dos EUA está agora a pagar a reconstrução desta aldeia e de outras duas que também foram atingidas pelos ataques aéreos.

Os desgraçados, perderam o que tinham construído ao longo de décadas, e novamente perdem por terem de reconstruir a sua aldeia com as próprias mãos. 
Não há verba que pague o desgosto da perda de familiares e trabalho, conseguido após anos de sacrifício.
 
 E a esperança que renasce
Fotos: mediagallerydawn

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Morcegos em perigo

Se quiserem podem chamá-los de criaturas arrepiantes, nas os morcegos comedores de insectos são tão importantes para a agricultura dos EUA, que as suas mortes poderiam custar à economia biliões de euros por ano.

A doença fúngica, conhecida como síndrome do nariz branco, combinada com o surgimento das turbinas eólicas que podem iludir os voadores do escuro, mataram mais de um milhão de predadores de insectos na América do Norte desde 2006.

A morte deles significa a eliminação de um pesticida natural importante, que vale pelo menos 2,6 biliões de euros por ano para os agricultores, revelou um estudo na revista Science.

Sem os morcegos, as colheitas são afectadas e a aplicação de pesticidas aumenta, o que demonstra que os morcegos têm um enorme potencial para influenciar a economia da agricultura e da silvicultura.

O estudo revela que mais de 1 milhão de morcegos na América do Norte morreram devido a doenças fúngicas nos últimos cinco anos, e que algumas previsões mostram que em 2020, as turbinas terão morto cerca de 33 mil para 111 mil por ano só no Planalto do Meio-Atlântico. 

O custo de análise incidiu sobre as despesas dos pesticidas, mas não incluíram os efeitos dos pesticidas sobre o meio ambiente ou à saúde humana e animal.

Não agirmos não é opção, porque a história de vida destes mamíferos voadores nocturnos caracteriza-se por baixas taxas de reprodução, o que significa que é pouco provável a recuperação da população por décadas ou mesmo séculos.

Receia-se que os morcegos possam extinguir-se em apenas 16 anos.

 

quinta-feira, 31 de março de 2011

Estudo: A dôr da rejeição

Para o cérebro a dôr da rejeição na realidade dói, sendo mais do que apenas uma figura de expressão.

As regiões do cérebro que reagem à dor física, coincidem com as que reagem à rejeição social, de acordo com um estudo que utilizou imagens do cérebro nas pessoas envolvidas em rompimentos românticos.

Os resultados desta pesquisa dão um novo significado à ideia de que a rejeição “dói”, mostrando que eventos psicológicos ou sociais podem afectar regiões do cérebro que os cientistas pensavam que estavam reservados à dor física.

O estudo envolveu 40 voluntários que passaram por um rompimento romântico indesejável nos seis meses anteriores, revelando que o rompimento tinha-lhes provocado um sentimento de intensa rejeição.

Ressonâncias magnéticas funcionais foram usadas para estudar o cérebro em quatro situações:
- Ao ver uma foto do ex-parceiro e pensar sobre o rompimento da relação;
- Ao ver a foto de um amigo e pensar numa experiência positiva vivida com essa pessoa;
Quando um dispositivo era colocado nos seus braços produzindo um calor suave e confortante, e
- Quando esse dispositivo era aquecido o suficiente de forma a causar dor, embora sem danos físicos.

As duas situações negativas descobertas pelo estudo foram – pensando sobre a perda do parceiro e a queimadura – causando uma resposta nas partes sobrepostas do cérebro.

Estudos anteriores não tinham mostrado uma relação entre a dor física e emocional, mas nesses estudos tinham sido usados exemplos menos dramáticos, como simplesmente dizer que alguém não gosta de si. Neste caso, os voluntários eram pessoas que realmente tinham sido rejeitadas e ainda o sentiam.

Existem evidências de que o stress emocional, como a perda de um ente querido, pode afectar as pessoas fisicamente, pelo que estes estudos podem ajudar os pesquisadores a desenvolver maneiras de ajudar pessoas que são sensíveis à perda ou rejeição.